quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

"VII Domingo do Tempo Comum: Jesus revela a Face Misericordiosa do Pai!" - 19 de Fevereiro de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando sequência à Liturgia neste início do Tempo Comum, continuamos - como nos últimos três domingos - buscando compreender quem é Deus a partir da prática libertadora de Jesus.   Na medida em que avançamos no estudo da Palavra vamos crescendo na compreensão da Vontade de Deus e, também, vamos entendendo o convite que Ele nos faz: "Sede santos e perfeitos como Eu Sou Santo e Perfeito".   É com esse objetivo que, semana a semana, vamos dando passos significativos nesta direção!

Hoje, VII  Domingo Comum (19/02/2012), a Palavra continua querendo revelar quem, de fato, é esse Deus que afirmamos acreditar e, como nos últimos três domingos, tal Palavra busca revelá-Lo a partir das Obras de Seu Filho Jesus.

Assim, na Primeira Leitura (Is 43, 18-19.21-22.24b-25) temos uma reflexão - realizada pelo II  Isaías no período do Exílio na Babilônia - que apresenta Deus como "Aquele que está para realizar coisas novas".  É preciso compreender que o Exílio na Babilônia foi uma das páginas mais trágicas (poderíamos, até, dizer: a mais trágica!) da História do Povo de Deus no Primeiro Testamento.    Por conta disso, umclima de falta de fé e de esperança reinava entre os exilados e, a saudade dos "tempos passados" e a ideia de que tais tempos não voltariam mais, dominavam as mentes.   Diante desta situação, Deus fala por meio do seu profeta que o povo não deveria ficar "perdendo" tempo relembrando fatos passados pois, na medida em que fica aprisionado ao mesmo (passado) perde a oportunidade de perceber o que Deus está fazendo e, ainda, fará.   O apego ao passado, por vezes, nos cega e não nos permite compreender nas entrelinhas da vida este Deus que continua realizando "gandes obras".   Penso que é como aquele ditado popular: "alguém fecha uma porta e Deus abre uma janela!"   É preciso estar atento (a) para enxergar esta janela que se abre à nossa frente.   As "obras novas" que Deus está para realizar serão bem maiores que as primeiras: se no passado, o povo andou perdido no deserto, agora, Deus "abrirá uma estrada no deserto" e, se antes, o povo sofreu as agruras do deserto (sede, por exemplo!), Deus fará correr rios na terra seca".    O profeta afirma que tudo isso é "obra, única e exclusiva de Deus", de "seu Amor Misericordioso pelo Seu povo".   Não é merecimento pois, afirma o profeta: "Jacó se afastou e Israel se fatigou de Deus com os pecados praticados!"   Deus, em contrapartida, nos é apresentado como um Deus que não leva em consideração o pecado cometido mas "cancela as culpas por causa Dele mesmo e, não se lembrará do pecado feito!"   Que bela leitura do Primeiro Testamento já revelando Deus como Aquilo que, de fato é: Deus Compassivo, Misericordioso e Amoroso!   Todas características divinas que serão reveladas explicitamente na Pessoa de Jesus: em Sua Palavra e em sua Ação!

É isto que, mais uma vez, o texto evangélico de hoje (Mc 2, 1-12) nos apresenta: a Misericórdia Divina que perdoa os pecados e faz novo aquele paralítico.   Mais uma vez (como no V Domingo Comum), o texto nos apresenta Jesus na "CASA".   Parece que a "CASA" vai ganhando força como espaço da manifestação da graça divina em contraposição à Sinagoga (espaço dos "Grandes Entendidos").   A notícia da estadia de Jesus naquele espaço familiar se espalha e a multidão se aglomera para "OUVIR" a Palavra de Jesus.   Apesar de não dizer que Palavra é essa, sabemos - pelos feitos de Jesus  -  qual o seu conteúdo: era uma Palavra de Libertação, de Inclusão, de Amor para como os pobres e desvalidos da terra.   É neste momento que entra em cena o "paralítico carregado pelos 4 amigos".   Quanta audácia destes amigos!!!   Será que não tinham ouvido, desde a mais tenra idade, que a paralisia era a manifestção do "Castigo Deivino" por conta de algum pecado cometido pelo próprio paralítico ou por alguém de sua ascendência?   O que fará Jesus diante desta situação:  revelará Deus tal qual é ou confirmará a ideia de Deus que era corrente à época?   A audácia dos amigos é sem tamanho: como não conseguissem chegar até Jesus, por conta da multidão, abrem o teto e descem o paralítico diante de todos e do próprio Jesus.   E, pra nossa surpresa, Jesus se comove com a Fé dos 4 amigos e, por conta desta fé deles, "perdoa os pecados do paralítico".   Que coisa maravilhosa: compreender que a nossa fé pode se tornar causa da manifestação da graça divina para os nossos irmãos e irmãs.   Podemos e devemos fazer a nossa parte para salvar os que amamos, que nos cercam!   Quando Jesus afirma que "os pecados foram perdoados", os Grandes, os Mestres resmungaram pois, somente Deus poderia ousar tamanha ação!   Mas, Jesus não é a manifestação humana da Divindade?   O problema é que a "divindade" destes Grandes do Povo não poderia realizar tal ação em favor dos pobres e doentes (lembram-se da "Teologia da Retribuição"?)   Jesus percebe tudo isso e perguntando sobre o que seria mais dizer - "os teus pecados estão perdoados"   ou "levanta, pega a tua cama e anda" - ordena ao paralítico que se levantasse, pegasse a asua cama e andasse e, tudo isso, para "revelar que o Filho do Homem (Ele mesmo) tem na terra o poder que era atribuído ao próprio Deus e, assim sendo, revelava  ser Ele a manisfetação Divina na Terra.   Aquele que chegara carregado sai carregando a sua cama e, diante de tal fato, exclama o Povo: "Nunca vimos uma coisa assim!"   E, aqui, temos a realização plena da profecia de Isaías da Primeira Leitura: "Eis que eu farei coisas NOVAS e que já estão surgindo!"   Jesus é Deus que veio trazer a NOVIDADE DIVINA para os Seus!

Ora, fazer tal experiência de Deus nos leva a conduzir a nossa própria vida como o Apóstolo Paulo na Segunda    Leitura (II Cor 1, 18-22): a nossa vida deve ser um "constante e eterno SIM à Vontade do Pai pois Jesus, Seu Filho, foi o SIM manifesto e público desta Vontade!   Dizer "Amém" a essa Vontade deve nos conduzir ao compromisso de conduzir a nossa vida de modo a revelá-Lo a TODOS!   Que assim seja!

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