sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

"VI Domingo do Tempo Comum: A Solidariedade para com os Sofredores!" - 12 de Fevereiro de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Desde domingo passado (V  Domingo Comum), entramos num outro patamar da Palavra de Deus na Liturgia.   Seguimos, agora, buscando compreender a Ação de Jesus para com os sofredores, doentes, pobres, entre outras palavras, marginalizados da sociedade.   Percebemos que, num determinado momento da História da Salvação estabeleceu-se a ideia - errônea, diga-se de passagem! - de que todas essas situações que denigrem a vida das pessoas eram manifestações da "maldição divina", eram portanto, "castigos divinos" que as pessoas recebiam porque mereciam, por não serem boas, justas, piedosas etc.   O objetivo destes domingos (retrasado, passado, o de hoje e o próximo) é nos apresentar a atitude de Jesus para com essas pessoas nos levando a descobrir a VERDADEIRA FACE DE DEUS: MISERICORDIOSO, COMPASSIVO E AMOROSO!   Jesus quer, com a sua atitude nos levar a entender quem, de fato é Deus, destruindo, de uma vez por todas, as imagens distorcidas que as autoridades religiosas produziram do Mesmo no decorrer da história.

Hoje, vamos nos deparar com Jesus em sua relação com um leprozo.   Na Primeira Leitura (Lv 13, 1-2.44-46) nos é apresentada a situação da pessoa que era acometida pela mal da lepra: percebemos, pelo texto, que não era nada boa!   Para essa pessoa não havia, mais, esperança de vida.   No princípio, a preocupação estava em preservar a comunidade (uma vez que a lepra é contagiosa) e, aqui, a explicação para o possível afastamento do convívio social.   Porém, com o passar do tempo, a situação foi se agravando e, saindo de uma situação médico-sanitário e passando para uma questão religiosa e, aqui, a coisa se complicou: o leproso passou a ser percebido como um "IMPURO" e, como tal, um "AMALDIÇOADO POR DEUS"  e, ainda mais, como um "GRANDE PECADOR".   Ora, a conclusão desta linha de pensamento é óbvia: O leproso deveria ser lançado fora do convívio, tanto social quanto religioso ou familiar.   A convivência com o mesmo colocaria em risco toda a "pseudo-pureza" da Comunidade Santa, Justa, Piedosa, Boa!   Quem fosse acometido por tão grande mal era EXCOMUNGADO e, perdia, assim, o contato com Aquele que poderia ser a ÚNICA SALAVAÇÃO pra ele!   Recebia de Deus o CASTIGO e era EXCLUÍDO da Comunidade pelos "REPRESENTATES" dessa divindade!   A sua situação era tão tenebrosa que - deixa claro o texto - a sua aparência física deveria demonstrar, publicamente, a sua situação de marginal: "O homem atingido por esse mal andará com as vestes rasgadas, os cabelos soltos e a barba coberta, gritando: 'Impuro! Impuro!'"   E, continua o texto: "Deve ficar isolado e morar fora do acampamento!"   Imaginemos a imagem que essa pessoa apresentava...   Percebemos, neste texto do levítico como que uma Religião pode se tornar um obstáculo para aqueles e aquelas que mais necessitam se encontrar com Deus, perdendo, assim, a sua real função na sociedade.   Não nos esqueçamos que a palavra RELIGIÃO, vem de RELIGARE (latim) e, quer significar, exatamente, aquilo que re - liga o que antes fora separado!   A verdadeira Religião é aquela que cria mecanismos, que facilita, que estabele pontes para que as pessoas se encontrem com Deus e, para que Deus se encontre com as pessoas!   Pensemos nisso!!!!

É por isso que, no Evangelho das Celebrações nós acompanhamos Jesus: Aquele que veio para nos ensinar quem, de fato, é Deus!   Com as suas atitudes e suas palavras, Jesus nos revela quem é o Pai e, estamos percebendo que, o Deus de Jesus Cristo está em extrema oposição, se contradiz à ideia de Deus que, ao longo dos tempos, ganhou força no seio das Comunidades do Povo de Deus.   Jesus nos revela uma face AMOROSA, MISERICORDIOSA, COMPASSIVA do Pai.   Ele (Jesus) quebra aquela imagem distorcida que, sobretudo as autoridades religiosas, ao longo do tempo, fizeram de Deus!   Na semana retrasada, começamos a enxergar a sua ternura para com os "endemoniados, doentes e pobres" - todos declarados pela "RELIGIÃO DOS MERECIMENTOS", que aderiu ao deus da "Teologia da Retribuição", IMPUROS, PECADORES, MALDITOS e, conclusão, EXCLUÍDOS!

Hoje, o Evangelho (Mc 1, 40-45) nos relata o encontro de Jesus com um "representante" destes excluídos (talvez, o maior de todos os excluídos!): o leproso!   Percebemos, mais uma vez, a quebra da regra, da lei feita por Jesus que, ao assumir a verdadeira Vontade do Pai, não podia aceitar tal situação de exclusão e sofrimento.   Jesus que nos mostrar que Deus é Aquele que quer nos oferecer a "vida e vida plena!"   Não compactua com nenhum regime que explore, denigra, exclua ou mate o ser humano.   A Compaixão do Senhor para com o leproso, O leva a tocá-lo (lembra-se da semana passada a ação de Jesus para com a sogra de Pedro que estava com febre?) sem nenhum receio ou medo.   Jesus se aproxima do leproso que se aproximou Dele (Jesus).   O encontro com o Senhor limpou o leproso, o curou!   Mostrar-se ao sacerdote, agora, era somente para provar que Deus não é o promotor do mal mas do bem e, o sacerdote (seu representante) deveria saber disso!   Apesar da ordem de Jesus de não divulgar o fato (segredo messiânico) - pois, Jesus não quer ser seguido, pura e simplesmente, por conta dos milagres - o curado espalha a notícia por toda a região e, todos buscam o Senhor que nos revela Deus do jeito que Ele é!

Por fim, a Segunda Leitura (I Cor 10, 31 - 11, 1) nos apresenta o exemplo de Paulo: não buscar vantagem para si mesmo na prática religiosa pois, a mesma, deve estar sempre para fazer a vontade de Deus e, a vontade de Deus é que os Seus filhos (as) tenham "vida e vida plena".   Daí, fazer a vontade divina significa colocar-se a serviço do outro (a) e, de modo particular, do outro (a) que mais estiver necessitando de nosso ajuda!   Pensemos e façamos isso hoje e sempre!   Amém!

Nenhum comentário:

Postar um comentário