Iniciamos, com a Igreja no Mundo, mais um Ano Litúrgico com o I Domingo do Tempo de Advento, nos preparando, mais uma vez, para as Celebrações do Natal que se aproxima. Por ser o Advento um Tempo Litúrgico que prepara o Tempo do Natal, ele deverá gerar em nossas Comunidades a alegre expectativa da Espera de Deus que irá nascer em nós e, a partir de nós, no mundo que nos cerca.
Nesse sentido, é importante que as nossas Celebrações se tornem momentos de reflexão sobre a forma adequada dessa preparação para que possamos criar em nós e no nosso meio, o ambiente favorável para tal Nascimento pois Deus não nasce em ambientes que não estejam devidamente preparados.
O Tempo do Advento (composto por 04 semanas) está, liturgicamente, dividido em dois momentos que se completam, a saber: as duas primeiras semanas nos colocarão diante do iminente final dos tempos, quando, de acordo com a nossa conduta, seremos julgados e, as duas últimas semanas nos colocarão em contato com o evento histórico do nascimento de Jesus em nosso meio, depois de Sua Encarnação no Seio Virgem de Maria.
A Palavra de Deus que nos é proposta nesse I Domingo nos enche de confiança em Deus com as intervenções que promete realizar em nosso favor nesse mundo e, ao mesmo tempo, nos questiona sobre a nossa conduta, no sentido de levar ao questionamento se estamos ou não colaborando com o Mundo Novo que Ele deseja ver estabelecido entre nós.
A Primeira Leitura (Jr 33, 14-16) é um oráculo pronunciado por ocasião da Invasão Babilônica à Jerusalém, levando cativos para Babilônia, depois de uma devastação promovida na Cidade Santa (Jerusalém) muitos dos filhos e filhas de Israel. Nabucodonossor, rei babilônico, estabelece como seu representante em Jerusalém, Sedecias (Javé, nossa Justiça - Nabucodonossor confere esse nome) mas, ao contrário do significado do nome, promovia entre os remanescentes, um governo tirano e explorador de acordo com a vontade do seu senhor (rei babilônico) e não do Senhor Javé.
Essa situação produziu em muitos um certo esmorecimento na Fé e na Esperança pois a perseguição e o retorno ao regime de escravidão promoveu dúvidas à respeito do cumprimento das Promessas de Deus ao Seu povo.
Assim, o Profeta fala em Nome de Javé, objetivando o resgate da Fé e da Esperança que se esvaíam no meio da Comunidade: Deus cumprirá Suas promessas à Casa de Israel e de Judá. Quando tudo parecer perdido aos olhos humanos, Javé promoverá um broto novo de Davi, semente de Justiça (diferente de Sedecias), que fará valer a lei e a justiça na terra. É assim que Judá será salvo e o povo terá confiança. Jerusalém terá um nome novo: "O SENHOR É NOSSA JUSTIÇA!"
Que belo trecho da Palavra de Deus! Diante Dele nos perguntamos se somos capazes de continuar acreditando em Deus mesmo quando tudo ao redor parece provar o contrário do estabelecimento do Reino de Deus; lutamos pela Justiça Divina ou dos "Sedecias" dos tempos modernos?
Essa Leitura de Jeremias nos prepara para o Evangelho (Lc 21, 25-28.34-36) que pertence ao Apocalipse Lucano (capítulo 21). Carregado de imagens fortes, o Evangelista pretende mostrar, a partir da Destruição de Jerusalém (70 d. C.) a possibilidade de avançar no projeto de Construção do Reino de Deus. Diante dos "sinais nos elementos celestiais" e do "pavor dos homens diante do barulho do mar e de suas ondas" (= local da morada das forças hostis ao Céu = Morada de Deus), a Comunidade é convidada a não desanimar pois o Senhor vencerá todas essas forças contrárias: levantar-se e erguer a cabeça são o convite feito a cada um de nós que esperamos em Deus pois a nossa Libertação se aproxima e o Reino será estabelecido em nosso meio!
Não se prender ao mundo e às suas seduções são passos importantes para não sermos apanhados desprevenidos: gula, embriaguez, preocupações da vida = armadilhas para os habitantes da terra!
Assim, o caminho sugerido pelo Evangelho é a vigilância ativa e a oração constante para permanecermos de pé diante do Filho do Homem!
A Segunda Leitura (I Ts 3, 12 - 4, 2) nos apresenta a chave para uma preparação pra chegada de Deus em nós e no nosso meio: o AMOR! Este deve crescer entre nós para que a nossa santidade seja confirmada aos olhos de Deus, nosso Pai no Dia da Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, com todos os Seus Santos! Apesar do esforço feito até agora, é preciso intensificá-lo ainda mais nesse Tempo!
Que Deus nos ajude, iniciando um Novo Ano, a vivermos a Sua Vontade em nós e entre nós! Assim seja!
Boa Celebração para todos (as)!
Pe. Ezaques Tavares
Oremos:
Ó Deus todo-poderoso, concedei a vosso s fieis o ardente desejo de possuir o reino celeste, para que, acorrendo com as nossas boas obras ao encontro do Cristo que vem, sejamos reunidos à sua direita na comunidade dos justos!
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo!
Amém!
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