segunda-feira, 20 de junho de 2011

"Corpus Christi: Solenidade do Corpo de Cristo!" - 23 de Junho de 2011

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Reiniciando o Tempo Comum na vida da Igreja, celebramos mais uma importante Solenidade: Corpus Christi.   Esta Solenidade, na verdade, é uma "espécie" de prolongamento, ou melhor, de reforço da Celebração da Quinta-Feira Santa.   Naquele dia (quinta-feira santa) celebramos, também, a Instituição da Eucaristia mas, por ser parte da Grande Celebração Pascal (Primeira Parte do Tríduo da Páscoa), a Igreja achou por bem estabelecer um outro dia para manifestar, publicamente, a nossa fé na Presença Real de Jesus no Santíssimo Sacramento do Altar.

A Palavra de Deus que nos é proposta neste dia, começa com um texto do Dt 8, 2-3.14b-16a que convida a Comunidade a "NÃO ESQUECER", a "SE LEMBRAR" constantemente do "Tempo do Deserto", tempo este em que o Povo pôde sentir, muito fortemente, o poder de Deus em seu favor.   Neste deserto, o Senhor conduziu o seu povo sustentando e garantindo a vida: dando água (da rocha) e comida (pão do céu = maná).   O autor do Deuteronômio afirma que tais fatos ocorreram para que o povo soubesse que sua vida está sempre nas mãos de Deus: "o homem não vive somente de pão mas de toda Palavra que sai da boca de Deus!"    Assim, o povo caminhou os 40 anos pelo deserto e chegou à Terra Prometida, ali se fixando.

Fixar-se na Terra Prometida é um dom mas, também, um risco.   As "seguranças" da Terra podem gerar o esquecimento do caminho percorrido para se chegar até lá e, assim sendo, Deus pode ser deixado de lado (grande risco que ronda a vida do povo = esquecer que tudo que é e tem veio das mãos de Deus, é obra e graça Dele).   Daí, a insistência do Livro em questão: "NÃO ESQUEÇAS!" ou "LEMBRA-TE!"

Já a Segunda Leitura (I Cor 10, 16-17), texto super curto mas cheio de sentido, nos recorda que a Comunidade que partilha do mesmo Cálice e do mesmo Pão é Comunhão com o Sangue e o Corpo de Cristo.   Ora, se isto é verdade e eu creio, é importante que entendamos que tal comunhão deve gerar em nosso meio a mesma comunhão.   Daí, o mesmo Apóstolo Paulo afirmar que quando não há tal discernimento da exigência que a comunhão no Corpo e Sangue do Senhor nos apresenta e, mesmo assim, insistimos em comungar, acabamos por receber em comunhão a nossa "PRÓPRIA CONDENAÇÃO".

No Evangelho (Jo 6, 51-58) nos deparamos com o final do Grande Discurso sobre o Pão da Vida que Jesus pronuncia na Sinagoga em Cafarnaum.   Este capítulo 6 de São João é o seu grande texto Eucarístico.   Tudo começou com o episódio da multiplicação dos pães que gerou no "povo" a vontade de fazer de Jesus o "seu rei".   Jesus não aceitou e, se apartou do povo que o procurou durante toda a noite e, conseguiu encontrá-Lo, somente na manhã seguinte na Sinagoga em Cafarnaum.   Este novo encontro é a oportunidade para que o Senhor comece o seu grande discurso, do qual temos o final no Evangelho desta Solenidade.

Jesus começou chamando a atenção do povo para não se deixarem enganar pois Ele (Jesus) não queria ser procurado, somente, porque o Povo O via como alguém que podia matar a fome materia (satisfazer as necessidades físicas, temporais).   Jesus é Aqule que quer ser procurado e seguido por homens e mulheres que entenderam quem, de fato, Ele é: Filho de Deus!   Tal seguimento exige compromisso: adequação da vida que levamos à Vida do próprio Senhor!    Aos poucos isso vai ficando claro na medida em que Jesus vai afirmando que "Ele é o verdadeiro Pão descido do Céu" e, "Quem comer Deste Pão viveria eternamente".    A situação fica "insustentável" quando o próprio Jesus afirma que "o Pão do Céu é a Sua carne dada para a Vida do Mundo!"   Ter a vida de Deus só é possível "comendo a carne do Filho de Deus".   

A comida, quando ingerida por nós, acaba por se tornar naquilo que seremos.   Ela (comida) se integra de tal forma em nós que acabamos por nos tornar o que somos.    Daí, comer a carne de Jesus tinha implicações sérias: que a recebesse deveria estar disposto a deixar-se modelar, a se tornar como o próprio Jesus.   Esta conversa exigirá tomada de posição: a favor ou contra!  

Parece que a maioria do povo não aceitou e foi embora pois, talvez, pensasse que o Jesus seria Aquele que viria para sanar todos os problemas materiais que ele (povo) vivia.    Se continuássemos o texto, veríamos que somente os discípulos ficarão com o Senhor (mesmo sem entender de fato).

Celebrar esta Solenidade de Corpus Christi deve ser para nós um momento de refletir sobre as nossas reais intenções quando recebemos tal Sacramento.   Às vezes pode acontecer que a nossa aproximação deste Sacramento, ainda, esteja marcada pelo mesmos desejos do povo à época de Jesus.   Daí, será preciso rever a nossa conduta e postura pois comungar o Corpo e Sangue de Cristo deve nos conduzir á uma adesão ao se ser para que sejamos, cada vez mais,sinais de sua presença no nosso mundo.

OREMOS:

Ó Deus de Amor e de Bondade, te louvamos pelo imenso amor que nos demonstras entregando o seu próprio Filho para ser o nosso Alimento no caminho.   Te pedimos que a comunhão que recebemos faça crescer em cada um de nós o desejo de ser, de fato, prolongamento do Senhor em nossos dias e em nosso meio.    Isto nós Vos pedimos, pelos merecimentos de Jesus, na undiade do Espírito Santo!   Amém!     

Um comentário:

  1. Celebrar a eucaristia é uma alegria. Nosso alimento de cada dia. Ajuda certa para levarmos a bom termo a missao de mostrar que Ele vive!
    =) obrigada padre por nos trazer esse pao do céu todos os dias!

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