terça-feira, 7 de junho de 2011

"Solenidade de Pentecostes: A Igreja nasce da Ação do Espírito Santo!" - 12 de Junho de 2011

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com grande alegria estamos celebrando o encerramento do Tempo Pascal com a Solenidade de Pentecostes, isto é, com a Solenidade que nos recorda o cumprimento da Promessa feita por Jesus nos últimos dias: " Eu vou mas vos mandarei um Outro Defensor, o Paráclito, o Espírito da Verdade!" (cf. Jo 14, 17 - VI Domingo da Páscoa - 29/05/11).

Esta Solenidade nos revela o "nascimento da Igreja", ou melhor, a "manifestação da Igreja" a todos os povos.   Isto é uma ação do Espírito Santo de Deus.   É Este Espírito que movimenta a Comunidade (amendrontada) de modo que a mesma consiga cumprir a Missão: dar ao mundo o Testemunho da Ressurreição de Jesus.

Assim, os textos da Palavra de Deus desta Solenidade, nos colocam em contato com esta Verdade: para dar Testemunho da Ressurreição, a Comunidade necessita da Ação do Espírito Santo pois, sem Ele não há como cumprir a Vontade de Deus em nosso meio.

No Evangelho de São João (20, 19-23) temos a primeira parte do Evangelho do Segundo Domingo da Páscoa (Jo 20, 19-31).   Na primeira parte - Evangelho de hoje -, temos a manifestação do Ressuscitado à Comunidade que está trancada em um espaço por medo do que os Judeus poderiam fazer com ela.   Medo, insegurança, desesperança, ausência de fé, esquecimento da Palavra ... todo tipo de sentimento "negativo" estão presentes nesta Comunidade.   Para mudar este cenário desolador, eis que o Ressuscitado se mostra.   As portas fechadas não são um obstáculo para Aquele que venceu a morte.   sua chegada produz alegria e, a sua saudação inicial mostra o seu grande desejo: "A Paz esteja com vocês!"   O Ressuscitado deseja que os seus seguidores se tornem construtores da Paz, mesmo porque, foi a ausência da mesma que O levou à morte e morte de Cruz.   Dali para frente seus seguidores deverão lutar por um mundo aonde a Paz não seja uma "utopia" no sentido de algo que nunca se realizará mas, sim, uma "UTOPIA" que pode acontecer desde que os seus lutem, se esforcem por torná-la presente.   Jesus Ressuscitado se mostra e, para não ser confundido com um "fantasma", uma "imaginação", mostra-lhes as mãos e os pés.   Os discípulos, agora, devem compreender que a Missão de Jesus deverá ser levada a bom termo por eles mesmos: "como o Pai Me enviou, Eu envio vocês!"   Esta Missão não é tarefa fácil e, por isso, o Ressuscitado sopra sobre a Comunidade (aqui, este Sopro recorda o "sopro de Javé" no livro do Gênesis quando deu "Vida" aos nossos primeiros pais - Adão e Eva).   Ao soprar, o Ressucitado dá a "Nova Vida", faz a Comunidade ressucitar (de certa forma) para que leve adiante o trabalho iniciado pelo Senhor.   Sem o Espírito do Ressucitado não há a menor possibilidade de ter sucesso nesta empreitada pois, por melhor que sejam o homem e a mulher, jamais estes são capazes de cumprir, com sucesso, uma Missão Divina.   A grande missão é combater o mal (pecado) que transtorna a Vontade de Deus em nosso meio.   É função da Comunidade ser um "sinal de contradição" em meio ao mundo para o qual o "pecado deixou de existir!"

Já na Primeira Leitura (At 2, 1-11), São Lucas (autor dos Atos dos Apóstolos) escreve o seu texto fazendo coincidir o "Derramento do Espírito", o "Cumprimento da Promessa" na Festa Judaica de Pentecostes (aliás, nome que também nós, os cristãos, preservamos até os dias de hoje), cinquenta dias após a Páscoa (Pentecostes significa, exatamente, 50 dias).   Diferentemente de São João no Evangelho de hoje quando afirma que o "derramamento do Espírito" e o "Cumprimento da Promessa" se deram na "tarde do primeiro Dia da Semana", isto é, no dia da Páscoa, da Ressurreição mesmo.   Por que isso?   Vejamos:

São Lucas tem, muito claro, um objetivo:   para ele, o Espírito Santo é a NOVA LEI!   Para os Judeus, a Festa de Pentecostes recordava a Entrega da Lei no Monte Sinai.   Porém, com o passar dos tempos, a Lei escrita na Pedra parece não ter surtido muito efeito pois as pessoa continuavam pecando e, se afastando de Deus.   A Lei escrita na Pedra é algo que fica fora do ser humano e, este, por sua vez, poderá não se sentir inclinado a cumprí-La.   A Pedra é algo frio, morto ... que não, necessariamente, impele ao cumprimento.   Por isso, tantos erros no correr da História da Salvação.   Ao fazer coincidir o Derramento do Espírito nesta Festa Judaica, São Lucas está nos dizendo que uma NOVA LEI nos foi dada, o Espírito Santo.   Esta NOVA LEI não está na Pedra mas é derramada, depositada, colocada em nossos Corações e, a aprtir de agora, não há mais desculpas.   Todos (as) podemos cumprí-la sem nenhum constrangimento.   Este Espírito nos ensina uma Nova Linguagem (Línguas de Fogo) que será entendida por todos: a Linguagem do Amor!   Esta Nova Linguagem fará surgir a Igreja e, esta, por sua vez, será capaz de Testemunhar o Senhor Ressuscitado pelo mundo afora.   O Amor reúne, congrega, faz os diferentes se entenderem - mundo de Paz desejado pelo Ressucitado no Evangelho de hoje.   Não há barreiras para a Ação do Espírito e, automaticamente, para aqueles (as) que se abrirem à Sua Ação!

Este Espírito Santo nos é apresentado na Segunda Leitura (I Cor 12, 3b-7. 12-13) como o doador dos dons.   Ele oferece a cada um (a) a possibilidade de colocar-se à serviço do irmão de um jeito diferente.   A cada membro da Comunidade, Ele dá uma manifestação Sua para o Bem Comum de modo que ninguém deve se sentir "inútil".   Cada um (a) é extremamente importante pois será o conjunto, a reunião dos diferentes que revelará a "Grandeza do Amor de Deus"!   Somos um único Corpo que tem o Ressucitado como nossa Cabeça.    Sem Ele não podemos nada.   Estar ligado à este Corpo só é possível com a Graça do Espírito Santo.

Que cada um (a) de nós possa se abrir à Graça do Espírito Santo e, assim sendo, nos tornarmos membros vivos deste Corpo Místico que é a Igreja.   Assim seja!     

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