terça-feira, 10 de julho de 2012

"XV Domingo do Tempo Comum: O Profeta é Homem comprometido somente com Deus!"

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria seguimos a nossa caminhada no Tempo Comum da Igreja e, visando a santidade de vida buscamos escutar, compreender o que a Palavra de Deus nos fala para podermos vivê-La em nosso dia a dia, na certeza de que ser santo (a) nada mais é do que adequar a nossa vida àquilo que o Senhor espera de cada um (a) de nós, realizando as pequenas coisas (as coisas comuns) de a cordo com a Sua Vontade.

Dando sequência à Palavra da semana passada, continuamos refletindo sobre a pessoa do profeta e sua função no meio do povo para o qual é enviado.   Vimos que o profeta é um homem escolhido por Deus, no meio do povo e que é enviado para falar ao povo a Sua Vontade (Vontade Divina).   Fala, muitas vezes, para um povo de cabeça e coração duros, passa por dificuldades e não tem reconhecimento em sua pátria, entre os seus parentes e familiares. 

Hoje, a Palavra avança um pouco mais nessa reflexão e nos aponta o Profeta como alguém que deve manter  fidelidade somente para com Deus que o escolheu e o enviou.   O Profeta não pode manter laços com nada nem ninguém que o impeça de fazer e falar tudo que o Senhor lhe ordenou.   Para tanto, é importante ter atenção para as "lisonjas", "financiamentos de qualquer tipo", "atrelamento político de qualquer espécie" entre outros pois, a liberdade deve ser mantida constantemente a fim de poder falar e fazer a vontade de Deus, sem restrição de qualquer espécie.

Assim, na Primeira Leitura (Am 7, 12-15) vemos o confronto entre Amasias (profeta ligado ao poder político, ao rei, financiado e patrocinado pelo mesmo, que recebia para falar o que agradava à autoridade) e Amós (que não é profeta por profissão mas, ao contrário, por Vocação = foi Deus quem o chamou de sua cidadezinha - Técua, nos arredores de Jerusalém - e o enviou ao Santuário de  Betel para anunciar Sua vontade e, ao mesmo tempo, denunciar os desmandos das autoridades, dos ricos, da religião que só pensavam em explorar o povo.   Estamos no período do Governo de Jeroboão II (Reino do Norte = Israel) e, nesta época, há um florescimento de riquezas porém, não para todos mas para os privilegiados na sociedade e, o pior, toda essa riqueza vivida por alguns era resultado da exploração e miséria de muitos.   Amasias, profeta do rei, é o responsável pela manutenção do "stauts quo" e, daí o seu confronto com Amós.   Amós, que não tem nenhum "patrocínio humano" é livre para falar em nome de Deus verdades que incomodam aqueles que não buscam viver a Sua vontade e, por isso, exploram, em nome da fé, o povo.   Amasias, incomodado com a fala de Amós, o conclama a voltar para sua terra e "ganhar o pão e exercer a profecia por lá".   Em Betel (local do anúncio e das denúncias de Amós), diz Amasias, não poderá continuar pronunciando seus oráculos pois ali (Betel) é o santuário do rei e a corte do reino.   Amós, no entanto, não se deixa abater e responde que não é profeta, nem filho de profeta mas pastor e agricultor e, portanto, o seu ministério é obra do Senhor que o chamou quando tangia o rebanho. Dessa forma, Amós deixa claro que só deve prestar contas Àquele que o havia chamado e somente a Ele.

No Evangelho (Mc 6, 7-13) vemos Jesus enviando os doze para um período de missão e, alguns pontos nos chamam a atenção.   Vejamos:

a) Envio de dois a dois: o trabalho missionário não obra pessoa mas obra de Igreja, de Comunidade e, esta só existe com mais de um.   Ninguém, sozinho, é Igreja!   É característica fundamental da Igreja ser Comunitária;
b) O Poder recebido de Jesus: não recebem poder para ficar ricos, explorar, excluir mas sim para vencer, expulsar os espíritos impuros, em outras palavras, vencer o mal e promover o bem;
c) Não confiar nos aparatos do mundo: a missão deve ser realizada seguindo as orientações do Senhor não levando nada para o caminho a não ser um cajado, devem andar de sandálias e não levarem duas túnicas;
d) Não devem ficar buscando uma vida melhor mas ficar na casa primeira até o final da missão em cada cidade;
e) Não devem insistir além do necessário pois os missionários são portadores de UMA PROPOSTA e, como tal, pode ou não ser ACEITA;
f) O Objetivo da Missão é o Convite à CONVERSÃO e a finalização das obras do mal.

Como podemos perceber, o texto evangélico de hoje, está estreitamente ligado à Primeira Leitura pois nos mostra a necessidade que aquele (a) que é chamado (a) tem de manter com Aquele que chama uma ligação fiel sem se envolver com nada nem ninguém que possa comprometer o trabalho missionário e / ou profético.

Por fim, o Apóstolo Paulo (Ef 1, 3-14) nos apresenta um Hino de Ação Graças por todos os benefícios que o Pai nos concedeu por meio de Seu Filho Jesus, o Cristo: fomos escolhidos, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor.   Ele nos predestinou para sermos os seus filhos adotivos por intermédio de Jesus Cristo...

Que a Celebração deste XV  Domingo do Tempo Comum nos ajude a viver a nossa Missão de Filhos e Filhas de Deus no meio do Mundo.   Assim seja!

Boa celebração para todos (as)!


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