terça-feira, 24 de julho de 2012

"XVI Domingo do Tempo Comum: É preciso ser SERVO do rebanho e não senhor!"

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade à nossa caminhada de fé dentro do Tempo Comum, chegamos ao XVI Domingo e, neste domingo somos convidados, pela Palavra de Deus a fazer uma reflexão sobre a forma de relacionar com aqueles (as) que o próprio Deus, em seu Amor, colocou sob os nossos cuidados.   A grande pergunta é: Como temos nos comportado frente àqueles (as) que o Senhor nos destinou: somos SERVOS ou SENHORES?   Responder a tal questão com seriedade e sinceridade de coração nos auxiliará nesta caminhada rumo à SANTIDADE DE VIDA que nos é proposta neste Tempo Litúrgico.

A Primeira Leitura deste Domingo (Jr 23, 1-6) temos um oráculo pronunciado pelo Profeta Jeremias contra as autoridades do Povo, os chefes de Israel (os reis, sobretudo) que se esqueceram que todo poder é dado aos homens para que seja exercido em FAVOR DO POVO e, não em benefício próprio.   As autoridades existem para conduzir todo o povo para uma vida melhor e, não o contrário.   Porém, as autoridades em Israel se esqueceram desta máxima e, se deixando levar pelas benesses do poder, acabaram  por se corromper e, nesta corrupção, deixaram de SERVIR O POVO.   Estas autoridades (pastores) deixaram perder e dispersaram o rebanho do Senhor, diz o oráculo de Jeremias.   Dispersando, afugentando e não cuidando do  rebanho, as autoridades atrairão o "CASTIGO" sobre elas mesmas e sobre todo o povo (O Exílio na Babilônia será a grande consequência destes desmandos das autoridades de Israel).   Porém, o oráculo do profeta não vem somente com desgraças mas, na segunda metade do mesmo, vemos as PROMESSAS DE JAVÉ: reunião das ovelhas que foram dispersadas; oferecimento de boas pastagens aonde poderão se reproduzir e multiplicar; surgimento de novos pastores que apascente do jeito de Deus para que as ovelhas não tenham mais medo, angústia ou venha a se perder.   Por fim, um descendente de Davi surgirá para fazer valer a JUSTIÇA e a RETIDÃO na terra.   

Ora, este oráculo do Profeta Jeremias ficou em aberto durante todo o tempo do Primeiro Testamento pois, para nós cristãos, a sua realização se dá com a Encarnação de Deus em nossa história, na pessoa de Jesus, o Cristo.   É isso que vemos no texto evangélico de hoje (Mc 6, 30-34).   Vejamos:

O texto apresentado é o retorno dos discípulos que, no domingo passado, foram enviados dois a dois em missão.   Jesus os enviou e os instruiu para confiarem, única e exclusivamente, no poder Daquele que os estava enviando.   Iriam e pregariam a chegada do Reino de Deus e para provar a Palavra dita, teriam o poder de expulsar os demônios e curar os enfermos.   Os discípulos foram e, agora, voltam e contam ao Senhor tudo o que puderam fazer.   A missão é cansativa e, por isso, o Senhor os convida para um descanso, longe de tudo e de todos pois a necessidade das pessoas era imensa a ponto de não terem tempo nem para comer.   Porém, o óbvio acontece pois o povo ao vê-los saindo de barco para o outro lado do Mar da Galiléia, vai à pé e chega primeiro ao destino de modo que, quando os discípulos chegam com o Senhor para o descanso, o povo sedento já se encontrava por lá.   A necessidade do povo o faz ágil e veloz na busca daqueles (as) que possam ajudar de alguma forma.   Na verdade, a cidade governada por Herodes é o local aonde o povo não consegue encontrar a satisfação das suas necessidades.   Aliás, a cidade é o espaço aonde a voz daqueles (as) que falam pelo e a favor do povo é calada (entre o envio e o retorno dos discípulos, Marcos insere a morte de João de Batista).   Essa multidão não acredita mais nas autoridades instituídas para a satisfação de suas necessidades: essas autoridades roubam, matam, dispersam, se utilizam do rebanho em benefício próprio (lembrem-se da Primeira Leitura de hoje!).   Jesus e os seus seguidores são a realização da Profecia de Jeremias e, movidos pela COMPAIXÃO reconhece a dor e a miséria do povo como  próprias e, no lugar de descansar (como pretendiam) se tornarão o alento para este mesmo povo que está perdido como ovelhas que não têm pastor.

Este Jesus é descrito pelo Apóstolo Paulo na Segunda Leitura de hoje (Ef 2, 13-18) como sendo a nossa paz, o elo de unidade, o que destrói tudo que nos separa uns dos outros, cria o homem  novo, nos reconcilia com Deus por meio de sua cruz, desfaz a inimizade, nos conduziu de volta ao Pai.

Que a participação nesta Celebração nos faça compreender melhor a nossa missão neste mundo e, assim sendo, consigamos melhorar a nossa atuação em favor da vida de todos (as).   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

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