quarta-feira, 25 de julho de 2012

"XVII Domingo do Tempo Comum: Partilhar TUDO o que se tem gera a VIDA PARA TODOS!"

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Após a sequência dos últimos três domingos (XIV, XV e XVI) aonde refletimos sobre a nossa vocação de profetas bem como o papel dos mesmos no meio do mundo que os cerca, iniciamos, neste XVII Domingo, uma nova etapa dentro dos Domingos do Tempo Comum: a partir deste Domingo e durante os 04 seguintes estudaremos o texto do capítulo 6, do Evangelho de São João que traz o sinal da Multiplicação dos Pães (XVII Domingo) e o longo Discurso sobre o Pão da Vida que estará dividido nos demais domingos (até o XXI).

Neste Domingo (XVII) poderemos afirmar que o tema central é: partilhando tudo que somos e temos seremos capazes de gerar VIDA PARA TODOS, ou seja, ao partilhar, o ser humano auxilia na construção do Reino de Deus já aqui entre nós!

A Primeira Leitura (2 Rs 4, 42-44) já começa a esboçar tal tema que será plenificado no texto evangélico de hoje.   Estamos na época do Profeta Eliseu (+ ou - séc. X ou IX a.C.) e, o período é difícil pois uma carestia se abateu na região por conta de uma seca que ocorrera.   Ora, sabemos que em períodos de carestia, os primeiros a serem atingidos por necessidades são aqueles (as) que, em quase todos os períodos da vida - sejam eles bons ou maus - vivem em dificuldade, isto é, os pobres.   São estes que mais sofrem quando as condições de vida são diminuídas para todos.   Neste período, aparece alguém que cumpre o preceito divino de oferecer as primícias da colheita ao Senhor como reconhecimento de que tudo que somos e temos é obra e graça do Senhor.   Uma pessoa da cidade de Baal-Salisa vai ao encontro do profeta Eliseu levando consigo, em seu alforge pães produzidos com os primeiros frutos da terra.   Eram vinte pães de cevada e trigo novo.   Importante é a compreensão que este homem tem que ao oferecer ao profeta, oferecia a Deus pois o profeta é o porta-voz divino na terra e sua vida é a revelação da vontade divina para o povo.   Outro ponto importante é o que faz o profeta: "DÁ AO POVO PARA QUE COMA!"   O profeta, homem de Deus, faz o que o próprio Deus faria: não é possível agradar a Deus sem se compadecer das necessidades dos irmãos!   O profeta não seria de Deus se por conta das dificuldades existentes, acabasse pensando somente e tão somente nele mesmo.   Perceber que todos estão passando necessidades é fundamental para aqueles (as) que desejam ser fieis à vontade de Deus.   À fé do profeta, se contrasta a dúvida do ofertante: Como vou distribuir tão pouco para cem pessoas?   Às vezes, nos comportamos como este homem: não acreditamos que o nosso pouco possa ser suficiente para atender às grandes necessidades que nos são apresentadas!   O profeta, por sua vez, como homem de Deus acredita na força da Sua Palavra, pois afirma: Dá ao povo para que coma; pois assim diz o Senhor: 'Comerão e ainda sobrará!'   O homem cumpre a ordem dada pelo profeta e, para sua surpresa, a Palavra anunciada se cumpriu.   Essa Leitura nos convida a fazer tal experiência, depositando a nossa esperança, a nossa confiança naquilo que o Senhor fala e, cumprindo o que Sua Palavra pede, veremos a realização do milagre da Vida acontecer para todos.

Esta Primeira Leitura é um preâmbulo que prepara o texto evangélico de hoje (Jo 6, 1-15).   No domingo passado, ainda com o texto evangélico de Marcos, percebemos que o povo ao ver que Jesus e os seus discípulos que voltavam da missão (XV Domingo ) foram para o outro lado do Mar da Galiléia, vão à pé e chegam primeiro ao outro lado.   Jesus, chegando e vendo aquele povo, sente compaixão porque são como ovelhas que não têm pastor.   Podemos afirmar que é tal Compaixão que movimenta Jesus para agir conforme o descrito no texto de Jo 6 = Multiplicação dos Pães.   Este fato é descrito pelos 4 evangelistas, o que nos faz pensar que tal fato foi algo marcante na vida das comunidades primitivas e, as lições deste fato, são fundamentais para a compreensão do que significa ser discípulo do Mestre Jesus.

Bom, o texto de hoje, começa da mesma forma que terminou o texto de Marcos do domingo passado: Jesus vai para o outro lado do mar, a multidão vai por terra pois via os SINAIS que Ele operava em favor dos DOENTES = POBRES.   Subir ao Monte e Sentar-se nos faz entender que Jesus dará uma lição para os seus seguidores.   Qual será essa lição?   O que vem a seguir, nos dará tal resposta!   Vejamos:

A multidão que, de acordo com Marcos na semana passada é percebida como ovelhas sem pastor, vai ao encontro de Jesus e, Este, por sua vez, se "preocupa" com as necessidades daquela gente pobre.   Como para testar a fé dos discípulos, pergunta: Onde vamos comprar PÃO para que eles possam comer?   Filipe, assim como o homem de Baal-Salisa da Primeira Leitura, não enxerga saída, pois afirma: Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar UM PEDAÇO DE PÃO para cada um!   No mesmo instante, André (que significa HUMANO), chega afirmando que tem um garoto com cinco pães de cevada e dois peixes.   Porém, ao mesmo tempo que oferece uma possível solução, apresenta dúvida (como o homem de Baal-Salisa): Mas, o que é isso para TANTA GENTE?   Eram 5.000 homens (em outros evangelhos há o acréscimo: sem contar mulheres e crianças!)   

O Milagre acontece a partir do momento que alguém (o menino do Evangelho ou o homem de Baal-Salisa da Primeira Leitura) é capaz de oferecer TUDO (sem restrição) que possui.   LEMBRE-SE: O milagre só ocorre quando se oferece TUDO!    Ao nosso TUDO, insuficiente para sanar todas as dificuldades, agora se soma a GRAÇA como COMPLEMENTO.   Os cinco pães e dois peixes se tornam suficientes para alimentar todos, tanto quanto queriam e, dos pedaços que sobram, doze cestos são preenchidos.

Este SINAL faz o povo compreender que Jesus é o profeta que devia vir ao mundo!   Vendo que queriam levá-Lo para torná-Lo REI, Jesus retira-se, sozinho, para o MONTE.   Veremos o porquê deste fato nos próximos domingos.

A Segunda Leitura (Ef 4, 1-6) se liga a esse tema de hoje, afirmando que precisamos guardar a UNIDADE DO ESPÍRITO pelo vínculo da Paz.   Não podemos participar da Família dos Filhos (as) de Deus, sem estarmos unidos uns aos outros e tendo os mesmos sentimentos uns pelos outros.   A nossa Unidade se dá porque somos um SÓ CORPO, temos um SÓ ESPÍRITO, uma SÓ ESPERANÇA, um SÓ SENHOR, uma SÓ FÉ, um SÓ BATISMO, um SÓ DEUS e PAI DE TODOS, que reina sobre TODOS, age por meio de TODOS e permanece em TODOS.

Peçamos a Deus que nos faça compreender o verdadeiro sentido da Palavra de Deus que nos foi proclamada nesta Celebração e, compreendendo esse sentido, que Ele nos dê força para podermos colocar em prática o que foi assimilado!   Assim seja!

Boa celebração para todos (as)!

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