sexta-feira, 5 de julho de 2013

"XIV Domingo do Tempo Comum: Enviados para TRANSFORMAR O MUNDO EM REINO DE DEUS!" - 07 de Julho de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade à nossa Caminhada de Fé no Tempo Comum, buscamos na compreensão da Palavra de Deus que nos é proposta, as pistas, caminhos, luzes que facilitem a nossa maior identificação com Aquele que nos convida a ser santos e perfeitos como Ele é Santo e Perfeito, isto é, Deus!

Nesse sentido, olhando para a Palavra da Celebração desse XIV Domingo Comum, compreendemos que ser discípulo de Jesus nesse mundo é colocar-se a serviço da Construção do Seu Reino e, como esse mundo não fez opção pelo Reino de Deus, ser FIEL À MISSÃO implicará confiança no poder de Deus que possibilita, não só a Fé nos resultados mas, às vezes, a contemplação de bons resultados.

Assim, já na Primeira Leitura (Is 66, 10-14c) a Palavra nos quer encher de esperança e alegria por aquilo que Javé está para fazer para os seus.   Às vezes - para não dizer SEMPRE -, quando contemplamos o mundo e percebemos que as situações de dor, sofrimento e morte não acabam mas, ao contrário, crescem assustadoramente ao nosso redor, somos tentados a achar que Deus se esqueceu de nós, que suas promessas não irão se realizar, ou, pior ainda, que Ele nos enganou com ilusões, sonhos, mentiras.   Esse era o sentimento do Povo que regressou do Exílio na Babilônia após algum tempo do retorno.   

No final do Exílio, um Profeta havia falado que Deus iria reconduzi-lo a Jerusalém e, lá chegando, a VIDA IRIA MUDAR PARA MELHOR.   Confiando nessa Promessa, o Povo regressa (aliás, parte do Povo pois quem havia se dado bem no Exílio, permanece na Babilônia e, para Jerusalém regressa os que não conquistaram nada ou quase nada para sua própria vida e a dos seus.   Regressa para Jerusalém um pequeno resto com o qual Deus fará um Novo Povo.

Animado pela Promessa de Deus, o resto de Israel retorna e, apesar de um bom tempo ter passado, as coisas parecem não ter mudado muito.   Na verdade, os anos passam e a situação só piora: pobres cada vez mais e ricos cada vez mais ricos; espertos que se dão bem sobre os fracos e, pequenos sendo passados para trás ... tudo continua tal e qual e, se há mudança, parece que esta é para pior (pelo menos para grande parte do Povo Pobre).   Diante disso, o Povo se pergunta: Aonde está Deus? E a Promessa feita: terá Ele se esquecido?   Nesse contexto, a Fé e a Esperança vão minguando, desaparecendo.

É aqui que Javé envia o seu Profeta para restaurar os ânimos, a Fé e a Esperanças que estavam se perdendo.    Com palavras de consolo e de conforto, o Profeta vai, pouco a pouco, restaurando esses sentimentos primordiais em toda e qualquer Comunidade que se pretenda fiel ao Deus Bíblico: Alegria e Exultação são o convite feito para todos aqueles que amam Jerusalém (cidade de Javé).   Javé é apresentado como uma Mãe que sacia a fome e a sede do Povo em seus úberes de glória.   a cidade de Deus terá paz e a glória das nações irão para ela como rios a transbordar.   Deus irá amamentar, carregar ao colo e acariciar sobre seus joelhos os seus filhos e filhas.   É essa a promessa que todos poderão contempla e, dessa forma, os corações exultarão e o vigor será renovado como relva no campo pois amão do senhor se manifestará em favor de seus servos.

Que belas palavras que o Profeta dirige ao Povo desesperançado do pós-exílio mas, apesar das palavras de conforto, continuamos a perceber que a situação mudou muito pouco desde que foram pronunciadas (cerca de 400 anos a. C.).   O que terá acontecido de fato?   Por que a situação não muda?

O Evangelho de hoje (Lc 10, 1-12.17-20) nos apresenta algumas reflexões que poderão nos auxiliar nas respostas.   Vejamos:

Este trecho é conhecido como o Envio e a Missão dos 72 Discípulos e nos oferece a oportunidade para refletirmos sobre vários pontos interessantes para a Vida da Igreja no Mundo de Hoje.   A seguir faremos um levantamento desses pontos e refletiremos sobre cada um deles (pode ser que haja outros, porém escolhemos esses para nos orientar):

a) A Missão deve atingir a TODOS e ser OBRA DE TODOS e consiste em PREPARAR o terreno para a chegada de JESUS: "Jesus envia 72 Discípulos à sua frente".   70 ou 72 eram os povos que - imaginava-se na época - podiam existir.   A escolha desse número é sintomática e parece querer dizer que a Missão é destinada a todos e, mais ainda, é obra de todos.   Ninguém deve se sentir excluído do processo.   É preciso que as pessoas estejam preparadas para receberem e reconhecerem Jesus como o Messias esperado, anunciado pelos Profetas, pela Lei e pelos Salmos;

b) A INTIMIDADE com o Senhor é fundamental para o sucesso da Missão: é preciso tomar consciência que a obra de salvação pertence a Deus; que o mundo para o qual somos enviados é Dele; que nós somos seus colaboradores, seus servos, seus operário.   Pedir ao dono da messe que mande operários para Sua messe será tarefa fundamental e prioritária.   

Ora, se a Messe é Dele e nós somos seus operários é importante que saibamos como Ele quer que o trabalhos seja feito pois não podemos fazer do nosso jeito a obra que é divina pois colocaríamos tudo a perder.

c) A Missão não é fácil mas é preciso CONFIAR pois é URGENTE A TAREFA DE CONSOLIDAR O REINO: o nosso trabalho se desenvolve em meio aos lobos e o nosso comportamento deve ser o das ovelhas.   Que coisa complicada!!!!   Não nos esqueçamos que ovelhas são alimento muito apreciado pelos lobos...  Porém, é preciso acreditar que Aquele que envia garante o sucesso e, não precisaremos TEMER ou nos PREOCUPAR: Não leveis bolsa, sacola ou sandálias e não cumprimenteis ninguém pelo caminho pois a missão não pode esperar, é urgente;

d) Objeto da Missão: diferentemente do que possamos pensar, a missão tem um único objetivo que é proclamar a paz e promovê-la em todos os lares e ambientes que entrarmos.   Se houver alguém aberto para a paz, ela ficará e, caso contrário, voltará para nós;

e) Ir sem preocupação: Deus proverá o nosso sustento e casas se abrirão para nos acolher e, isso exigirá do missionário abertura para viver como os que estiverem ali vivem, sem qualquer restrição.   Como resposta à hospitalidade, mostremos que vencer o mal é o nosso objetivo: curar doente, expulsar demônios e anunciar o Reino de Deus como algo iminente são SINAIS que acompanharão os operários da Messe do Senhor;

f) Não insistir além da capacidade dos ouvintes: é preciso saber a hora de se retirar para não causar maiores constrangimentos e, transformar a missão em algo irritante, promovendo resultados contrários aos esperados pelo Dono da Messe que nos enviou.   Lembre-se: Bom sendo é FUNDAMENTAL na Missão!

g) O Sucesso da Missão causa ALEGRIA:   Como é bom percebermos que o trabalho missionário surte os efeitos que desejamos, que acreditamos.   Porém, é importante que saibamos que a principal Alegria dever vir por conta de sabermos que os nossos nomes estão escritos no Céu.   Isso é o que, de fato, importa!

Por fim, o Apóstolo Paulo (Gl 6, 14-18), missionário por excelência, nos revela o que é deve marcar a vida de todos (as) que se deixam conduzir pelo trabalho na Messe do Senhor:  não devemos nos gloriar por e com NADA a não ser com a CRUZ DE CRISTO!   Essa deve ser a nosso marca e é por ela que nos tornamos Missionários em nosso mundo!   Com sua força caminhamos na busca e na construção daquele mundo que o Profeta Isaías anunciou na Primeira Leitura de hoje!

Façamos a nossa parte e, assim, poderemos ver como as Promessas de Deus se cumprem em nossas vidas e no mundo que nos cerca!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

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