sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

"II Domingo do Tempo Comum: Em Jesus, Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, nos tornamos Luz das Nações!" - 19 de Janeiro de 2014

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Depois de algumas semanas vivendo as alegrias do Ciclo Natalino, retomamos em nossa Liturgia o Tempo Comum em sua primeira parte que vai da segunda-feira após a Festa do Batismo do Senhor até a terça-feira anterior à quarta-feira de cinzas (abertura do Tempo da Quaresma).

Antes de mais nada é importante recordar que o Tempo Comum não leva esse nome por ser no Conjunto do Ano Litúrgico o menos importante.   Como os demais os Tempos Litúrgicos (Advento e Natal - Ciclo Natalino e Quaresma e Páscoa - Ciclo Pascal), ele possui a sua grandeza e importância.   Podemos fazer tal afirmação a partir de dois pontos fundamentais:

01) Quantidade de Semanas: o Tempo Comum ocupa no ano Litúrgico 33 ou 34 Semanas.   Depois do Tempo Comum, o que ocupa o maior número de Semanas é o Tempo da Páscoa com 07.   Daí, podemos concluir que a Igreja não seria tola, boba de dedicar tanto tempo para um Tempo que não fosse de extrema importância;

02) Seguimento de Jesus em Seu Ministério Público: é dentro desse Tempo Comum que vamos acompanhar Jesus em sua trajetória pública e aprenderemos Dele como viver para nos tornarmos "imagem e semelhança de nosso Pai que está nos Céus".   Ver, ouvir, compreender o Senhor Jesus em Sua Manifestação Pública (que se inicia após o Seu Batismo = Domingo Passado = fechou o Ciclo Natalino e abriu o Tempo Comum = ficou no lugar do I Domingo desse Tempo) nos dará a exata medida do que significa viver como filho (a) de Deus e como poderemos cumprir a nossa Missão nesse mundo.   Isso, aprenderemos ouvindo, meditando, partilhando e buscando compreender ao máximo o que a Palavra de Deus nos apresenta nesse Tempo.

Dito isso, podemos passar para os textos da Palavra de Deus desse II Domingo do Tempo Comum e, como todos os anos, os textos do início desse Tempo nos fala da questão Vocacional.    A Palavra de Deus vai nos conduzir à compreensão de que estamos nesse mundo, nesse tempo, nesse espaço, convivendo com este (a) ou aquele (a) não por acaso mas para darmos vazão àquilo que o nosso Pai do Céu espera de cada um (a) de nós.

Assim, a Primeira Leitura (Is 49, 3.5-6) nos apresenta um dos quatro Cantos do Servo de Javé ou Servo Sofredor (vimos um, também, na Semana Passada por ocasião da Festa do Batismo do Senhor).

Percebemos no Texto do Profeta Isaías que, numa determinada altura, nos é apresentada a figura de alguém que poderia, de fato, libertar o Povo de sua condição de miserável, de escravo, de morte.    Após tanto tempo colocando as esperanças em outros homens que se apresentavam como escolhidos e enviados por Deus - e, de fato, eram mas, não cumpriram a Missão que o Pai lhes reservara -, o Profeta começa a decantar uma imagem que seria capaz de fazer o processo de transformação e libertação decisiva do Povo. Esse Servo não utilizaria as mesmas armas e estratégias do mundo mas, ao contrário, seria FIEL à VONTADE DE SEU SENHOR!

No texto em questão hoje, temos o período do retorno da Comunidade de Israel para Jerusalém após o Tempo de Exílio na Babilônia e, nesse contexto vemos o Senhor fazendo uma espécie de apresentação de Israel: Tu és meu servo, Israel, em quem serei glorificado!   A glorificação do Senhor passará, necessariamente, pela fidelidade de Israel à Sua Vontade.   Em seguida, o texto nos apresenta que tal Servo foi escolhido e formado desde o nascimento para o cumprimento dessa Missão: recuperar Jacó, fazendo Israel unir-se a ele.   Não podemos deixar de lembrar que após o Governo de Salomão, as Tribos se separam e formaram dois Reinos distintos e que brigavam entre eles.

Por fim, o texto fecha com chave de ouro ampliando a Missão dada ao Servo: não basta somente a recuperação de um povo específico (Jacó ou Israel) é preciso que te tornes LUZ DAS NAÇÕES para que a Salvação possa chegar aos confins da terra!

Ora, essa Leitura do Profeta Isaías nos faz pensar que durante todo o Primeiro Testamento não houve alguém ou algum grupo que conseguiu colocar em prática tal intento.   Para nós cristãos (ãs) tal profecia se cumpre com Jesus: o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.    Aqui, a ligação da Primeira Leitura com o texto evangélico de hoje (Jo 1, 29-34).   Nesse texto, alguns pontos chamam a nossa atenção:

a) Jesus precisa ser apresentado por alguém aos demais: quem faz a experiência de que Jesus é o Senhor, se sente obrigado a apresentá-Lo aos demais.   João, o Batista faz isso quando ver Jesus passando e diz: Eis o Cordeiro de Deus que tira o PECADO DO MUNDO!

b) Humildade para reconhecer Jesus como Senhor: João, o Batista reconhece a grandeza de Jesus e sua pequenez quando afirma: Esse é Aquele de quem eu disse: Depois de mim vem um homem que passou à minha frente, porque existia antes de mim.  Também eu não o conhecia, mas se eu vim batizar com água, foi para que ele fosse manifestado a Israel!

c) João dá TESTEMUNHO DO QUE VIU, DO QUE EXPERIMENTOU COMO VERDADE: não se testemunha algo que não se viveu pois esse seria um testemunho falso.   João apresenta o Senhor porque VIU E EXPERIMENTOU QUE ELE ERA O SENHOR: ele viu o Espírito descer e permanecer sobre Jesus após ser batizado e por isso soube que era Ele quem batizaria com o Espírito Santo!   Ele viu e por isso testemunha: ESSE É O FILHO DE DEUS!

Que maravilha esse anúncio da Boa Nova:  o Tempo Comum que estamos começando quer nos conduzir a tal experiência de Verdade com o Senhor para que possamos dar o nosso Testemunho Verdadeiro, Autêntico.   É esse Testemunho que fará com que TODOS (AS), de todos os cantos da terra cheguem ao conhecimento da Verdade sobre Deus, do Seu desejo de SALVAR A TODOS (AS)!

Podemos afirmar que o Apóstolo Paulo também fez tal experiência com a Verdade de Deus e, dessa Verdade se tornou arauto formando muitas Comunidades.   Na Segunda Leitura de hoje (I Cor 1, 1-3) podemos observar isso: o seu apostolado é por vontade de Deus e, por conta disso, TUDO que faz é em Seu Nome.   Ele reconhece a Igreja de Deus presente em qualquer lugar aonde se invoque o Nome do Senhor Jesus!

Que a Celebração desse II Domingo do Tempo Comum nos faça tomar consciência da nossa condição de Servos (as) de Deus e, assim sendo, possamos cumprir a nossa Missão de Testemunhar com a Voz e com a Vida TUDO que Ele fez e faz por nós!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares



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