quinta-feira, 19 de abril de 2012

"III Domingo da Páscoa: A Vida do Ressuscitado se prolonga nas Ações dos Apóstolos!" - 22 de Abril de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem no Cristo Ressuscitado!

Antes de começarmos a nossa reflexão referente ao III Domingo da Páscoa, gostaria de me desculpar pela desatenção que tive ao elaborar a reflexão do domingo passado quando, sem que eu me desse conta, utilizei as leituras do Ano A (Primeira e Segunda) como base.   Na verdade, não houve alteração da mensagem pois as leituras do Ano B - as que deveriam ter sido utilizadas - também tratavam do tema proposto, a saber: a importância da Comunidade Eclesial, com seu Testemunho de Vida, para manifestar que o Senhor está Vivo!  A diferença veio na Primeira Leitura que, no Ano B trazia o Segundo retrato da Comunidade Primitiva (At 4, 32-35) e, neste texto a ênfase era colocada no espírito de partilha que dominava tais comunidades e, eu acabei refletindo o texto do Ano A (At 2, 42-47) que apresentava o primeiro retrato desta comunidade e, a ênfase estava nesta questão também e acrescentava a assiduidade dos membros na escuta da doutrina apostólica e nas orações.  A Segunda Leitura também foi modificada por mim pois refleti a do Ano A (I Pd 1, 3-9) que enfatizava a "misericórdia do Pai que, em Jesus Ressuscitado, nos fez nascer de novo para uma esperança viva, para uma herança incorruptível"   e, a leitura do Ano B - a que deveria ser - era (I Jo 5, 1-6)  e trazia a mesma ideia "quem crê que Jesus é o Cristo, nasceu de Deus" e acrescentava a necessidade de provar tal fé pela observância dos mandamentos que não podem mais ser percebidos como "pesados, pois todo o que nasceu de Deus vence o mundo".

Feita esta observação e pedindo desculpas pela desatenção no manuseio do Missal Dominical (só percebi o erro quando estava presidindo a Celebração e ouvi a Leitora anunciando a Leitura), vamos aos textos e à reflexão deste III Domingo da Páscoa (agora com os textos corretos, do Ano B, é claro!!!)

As Leituras da Palavra de Deus deste III Domingo da Páscoa (Ano B) dão sequência à reflexão do domingo passado e, continua revelando a importância da Comunidade Eclesial para suscitar a fé dos que estão fora da mesma, pelo Testemunho de Vida.   Tal Testemunho deve ser percebido pela capacidade da Comunidade prolongar com sua vida, a Vida do Ressuscitado: a ausência física do Ressuscitado deve ser compensada pela presença física da Comunidade no mundo e, para tanto, a Comunidade deve prolongar tudo o que o Senhor disse e fez!

Ora, sabemos que tal Missão não é tarefa fácil e, por isso, na semana passada, o Senhor Ressuscitado enviava a Comunidade e oferecia o Seu Espírito para garantir o sucesso da Missão (Jo 20, 21-22)

Mais uma vez, no Evangelho de hoje (Lc 24, 35-48) nos deparamos com a aparição do Ressuscitado aos seus.   O contexto da narrativa nos é familiar pois estamos na sequência do texto dos "Discípulos de Emaús".   É após o reconhecimento do Senhor ao partir o pão que aqueles dois discípulos regressam para Jerusalém, de onde haviam saído acabrunhados, tristes, decepcionados com a morte do Senhor e, se juntando aos demais, anuncia-lhes a novidade: "O Senhor está Vivo!"   Tal testemunho é confirmado pela visita do próprio Senhor (mais uma aparição).   Poderíamos nos perguntar: "Por que o Senhor aparece tantas vezes depois de sua Ressurreição?"   "Qual o sentido de tantas narrativas deste tipo nos Evangelhos?"   E, a resposta é muito simples!   Vejamos:

Sabemos que, com a Morte, Ressurreição e Ascensão do Senhor aos Céus, a Missão que fora iniciada por Ele deverá ser levada a bom termo, pelo seus discípulos.   Ora, para que os discípulos aceitem e assumam tal Missão pra valer, eles precisavam acreditar no que iriam anunciar, isto é, precisariam VIVER o que anunciariam.   Para VIVER o que anunciam somente passando por uma EXPERIÊNCIA PESSOAL COM O RESSUSCITADO (daí, a importância do relato de Tomé na semana passada - "TODOS OS MEMBROS DA COMUNIDADE DEVEM FAZER A SUA EXPERIÊNCIA COM O RESSUSCITADO POIS, CASO CONTRÁRIO, NÃO CONSEGUIRÃO DAR TESTEMUNHO" ).   É este o objetivo de tantas narrativas de aparição do Ressuscitado nos Evangelhos: Todas querem suscitar a fé na Ressurreição para a que o Testemunho seja acreditado por todos (as).   Os discípulos precisam CRER na RESSURREIÇÃO não como uma "historinha qualquer" mas como um FATO OCORRIDO VERDADEIRAMENTE.   Por isso Jesus Ressuscitado aparece, deseja a Paz, pede que toquem nas marcas da Paixão e não O confundam com um fantasma pois o anúncio não seria de um fantasma, não seria uma ficção mas, sim, uma VERDADE PARA A VIDA e, sobretudo, para a MUDANÇA DA VIDA!   O Ressuscitado COME com os Seus para provar que estava VIVO e, após a refeição recorda-lhes o que havia dito quando ainda estava no meio deles: "São estas coisas que vos falei quando estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que estava escrito sobre mim, na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos!"   E, como na passagem anterior com os Dois Discípulos de Emaús, o Senhor vai "abrindo a inteligência dos demais discípulos para entenderem as Escrituras!"   Quem não faz tal experiência, de cunho pessoal com o Ressuscitado não entenderá o real sentido da Ressurreição e, automaticamente, não terá condições para dar testemunho pois, ninguém testemunha o que não experimentou como verdade pra si!   O Evangelho termina afirmando: "VÓS SEREIS TESTEMUNHAS DE TUDO ISSO!"   Viver a Páscoa é fazer a experiência pessoal com o Ressuscitado e, na medida em que a experiência for crescendo e a verdade ficando mais clara para nós, o nosso testemunho vai se lapidando, se purificando até conseguirmos prolongar, em todos os sentidos, a vida do Ressuscitado em nós.

Foi isso que as primeiras Comunidades conseguiram fazer: os Apóstolos, que fizeram a sua experiência pascal com o Senhor, prolongam com sua vida a Vida do Senhor Ressuscitado.   Na Primeira Leitura de hoje (At 3, 13-15.17-19) vemos o discurso de Pedro quando questionado por ter feito "um paralítico andar na porta do Templo".   O Apóstolo Pedro dirá que não foi ele quem fez o milagre mas o próprio Jesus que Vivo agia nele e nos demais crentes na Ressurreição (Lembre-se: A Vida do Ressuscitado se prolonga naqueles (as) que fizeram a experiência pessoal com Ele!)   Em seu discurso, Pedro faz um contraponto entre Deus e os homens: "os homens mataram o Senhor; Deus, O Ressuscitou!   Os homens entregaram o Senhor, pediram a liberdade para um assassino, mataram o autor da vida; Deus O Ressuscitou dos mortos!"   Percebemos, aqui, o contraste entre a vontade e ação de Deus e a vontade e ação dos homens: enquanto o Primeiro está à favor da vida, os segundos, se colocam à serviço da morte!   Porém, nem tudo está perdido pois a possibilidade de mudar é oferecida a todos (as): "Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos, para que os vossos pecados sejam perdoados!"   Eis o grande convite feitos a cada um (a) de nós neste Tempo Pascal e em toda a nossa vida!

Na Segunda Leitura (I Jo 2, 1-5a) vemos uma continuidade do assunto da Primeira Leitura: outro Apóstolo (João) escreve que "o ideal é não pecar mas, se o pecado, mesmo sem o nosso querer, acabar nos apanhando não é preciso ficar desesperado, isto é, perder a esperança pois, temos um Defensor diante do Pai, a saber, Jesus Cristo, o Justo!"   Que excelente notícia esta: "Temos uma vítima de expiação pelos nossos pecados e pelos pecados do mundo inteiro!"   Quem faz a experiência desta verdade, guardará os mandamentos e provará o seu amor por Deus!   É isto que o Tempo Pascal quer produzir em nós!   Façamos a experiência e vejamos se a Palavra de Deus não se cumpre em nós!    Fica aqui o convite pra todos (as)!

Boa e Santa Celebração pra todos (as)!



Nenhum comentário:

Postar um comentário