Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!
Dando continuidade ao Tríduo Pascal, celebramos, hoje, o segundo momento da mesma e única Celebração iniciada ontem (Quinta-feira Santa), a saber: a Páscoa da Cruz! Neste dia, tentaremos compreender o segundo aspecto da Celebração Eucarística, isto é, o Sacrifício. A Eucaristia é Sacrifício oferecido uma vez por todas pelo próprio Jesus, o Cristo, em favor de todos. A sua entrega, a sua doação, a sua morte e morte de Cruz está na origem de nossa Salvação. Celebrar a Eucaristia é estar disposto, à exemplo de Jesus, a doar-se por Amor aos irmãos e irmãs.
A Palavra de Deus deste segundo momento é carregada por este aspecto de entrega, de doação, de amor sem reservas, de cruz, de morte. O tom da celebração é introspectivo pois somos convidados (as) à contemplação deste Deus que, em Seu Amor Infinito se fez Homem e morreu por todos nós.
A Primeira Leitura (Is 52,13 - 53, 12) nos apresenta, mais uma vez, a figura do "Servo Sofredor ou Servo de Javé". Tal Servo é apresentado como Aquele que irá salvar a humanidade, o povo e, fará tal ação entregando a própria vida à humilhação suprema, à morte. Sua aparência de dor, de sofrimento faz pensar que é um abandonado por Deus mas, na verdade ele carrega sobre si as enfermidades e as dores do povo. Foi esmagado e ferido por conta de nossas maldades e pecados e, todo o sofrimento por Ele sofrido é o preço da nossa paz, da nossa própria vida. Ele (o Servo de Javé) é o cordeiro que não abre a boca diante dos seus algozes. Eliminado do mundo dos vivos, é golpeado até a morte. O sofrimento conforma a vida do Servo Sofredor à vontade de Javé e, assim, fará justos inúmeros homens e mulheres. Este Servo Sofredor resgata, com o sofrimento vivido e experimentado, os pecados do povo.
Ora, esta descrição oferecida pelo Profeta Isaías, nós cristãos a vemos realizada na pessoa e vida de Jesus. O Evangelho da Celebração de hoje, ao apresentar o relato da Paixão ( Jo 18,1 - 19,42), nos faz perceber que Jesus é o Servo Sofredor que com sua entrega até a morte e morte de cruz, assumiu a nossa condição e nos resgatou das garras do pecado. Jesus é Servo Sofredor, traído, entregue, escarnecido, humilhado (o Cordeiro sem mancha que não abre a boca diante daqueles que querem matá-Lo). Diante do bem que fizera pelos seus recebeu, em troca o pedido de morte e morte de cruz.
Assim, Ele se tornou o Sumo Sacerdote que, de uma vez por todas, oferece o Sacrifício capaz de resgatar a nossa vida das mãos do diabo, do adversário do Pai (Hb 4, 14-16; 5, 7-9 - Segunda Leitura de hoje). Esta experiência de dor e sofrimento tornou Jesus um Sacerdote compassivo e clemente diante de nossas fraqueza pois Ele descobriu que a fidelidade ao Pai e à sua vontade não é tarefa fácil neste mundo.
Celebrar a Paixão de nosso Senhor e Adorar a Sua Cruz Salvadora devem despertar em nós a compreensão do sentido do sofrimento na vida de cada um (a) de nós, os crentes. É preciso, nesta Celebração, aumentar a Fé neste Deus que permitiu que o Seu Filho fosse levantado da terra para salvar a todos. Crer nesta verdade nos compromete e exige de nós uma vida condizente com tal verdade a nós revelada. A Celebração Eucarística exigirá este aspecto de sacrifício para todos (as) que dela participam.
Peçamos, neste dia, a graça da Fidelidade à vontade do Pai mesmo que, à exemplo do Senhor tenhamos que oferecer a nossa vida por amor a Ele e aos irmãos (ãs)! Assim seja!
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