quarta-feira, 4 de abril de 2012

"Sexta-feira da Paixão: Páscoa da Cruz!" - 06 de Abril de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade ao Tríduo Pascal, celebramos, hoje, o segundo momento da mesma e única Celebração iniciada ontem (Quinta-feira Santa), a saber: a Páscoa da Cruz!   Neste dia, tentaremos compreender o segundo aspecto da Celebração Eucarística, isto é, o Sacrifício.   A Eucaristia é Sacrifício oferecido uma vez por todas pelo próprio Jesus, o Cristo, em favor de todos.   A sua entrega, a sua doação, a sua morte e morte de Cruz está na origem de nossa Salvação.   Celebrar a Eucaristia é estar disposto, à exemplo de Jesus, a doar-se por Amor aos irmãos e irmãs.

A Palavra de Deus deste segundo momento é carregada por este aspecto de entrega, de doação, de amor sem reservas, de cruz, de morte.   O tom da celebração é introspectivo pois somos convidados (as) à contemplação deste Deus que, em Seu Amor Infinito se fez Homem e morreu por todos nós.   

A Primeira Leitura (Is 52,13 - 53, 12) nos apresenta, mais uma vez, a figura do "Servo Sofredor ou Servo de Javé".   Tal Servo é apresentado como Aquele que irá salvar a humanidade, o povo e, fará tal ação entregando a própria vida à humilhação suprema, à morte.   Sua aparência de dor, de sofrimento faz pensar que é um abandonado por Deus mas, na verdade ele carrega sobre si as enfermidades e as dores do povo.   Foi esmagado e ferido por conta de nossas maldades e pecados e, todo o sofrimento por Ele sofrido é o preço da nossa paz, da nossa própria vida.   Ele (o Servo de Javé) é o cordeiro que não abre a boca diante dos seus algozes.  Eliminado do mundo dos vivos, é golpeado até a morte.  O sofrimento conforma a vida do Servo Sofredor à vontade de Javé e, assim, fará justos inúmeros homens e mulheres.   Este Servo Sofredor resgata, com o sofrimento vivido e experimentado, os pecados do povo.

Ora, esta descrição oferecida pelo Profeta Isaías, nós cristãos a vemos realizada na pessoa e vida de Jesus.   O Evangelho da Celebração de hoje, ao apresentar o relato da Paixão ( Jo 18,1 - 19,42), nos faz perceber que Jesus é o Servo Sofredor que com sua entrega até a morte e morte de cruz, assumiu a nossa condição e nos resgatou das garras do pecado.   Jesus é Servo Sofredor, traído, entregue, escarnecido, humilhado (o Cordeiro sem mancha que não abre a boca diante daqueles que querem matá-Lo).   Diante do bem que fizera pelos seus recebeu, em troca o pedido de morte e morte de cruz.

Assim, Ele se tornou o Sumo Sacerdote que, de uma vez por todas, oferece o Sacrifício capaz de resgatar a nossa vida das mãos do diabo, do adversário do Pai (Hb 4, 14-16; 5, 7-9 - Segunda Leitura de hoje).   Esta experiência de dor e sofrimento tornou Jesus um Sacerdote compassivo e clemente diante de nossas fraqueza pois Ele descobriu que a fidelidade ao Pai e à sua vontade não é tarefa fácil neste mundo.

Celebrar a Paixão de nosso Senhor e Adorar a Sua Cruz Salvadora devem despertar em nós a compreensão do sentido do sofrimento na vida de cada um (a) de nós, os crentes.   É preciso, nesta Celebração, aumentar a Fé neste Deus que permitiu que o Seu Filho fosse levantado da terra para salvar a todos.   Crer nesta verdade nos compromete e exige de nós uma vida condizente com tal verdade a nós revelada.   A Celebração Eucarística exigirá este aspecto de sacrifício para todos (as) que dela participam.

Peçamos, neste dia, a graça da Fidelidade à vontade do Pai mesmo que, à exemplo do Senhor tenhamos que oferecer a nossa vida por amor a Ele e aos irmãos (ãs)!  Assim seja!

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