Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!
Depois de um período vivendo o Ciclo do Natal (Advento e Natal), reiniciamos o Tempo Comum na vida de nossas Comunidades Eclesiais.
Às vezes, somos tentados a pensar que o retorno ao Tempo Comum nos oferece a oportunidade de "relaxarmos" em nossa Caminhada de Fé. Há, aqueles que dizem que o importante é não faltar às Celebrações nos chamados "tempos fortes", isto é, não podemos faltar - afirmam - na Semana Santa, no Natal, nesta ou naquela Solenidade. Mas, o Tempo Comum - como o próprio nome diz - é comum e, assim como no nosso dia, comum é tudo aquilo que não tem grande importância, comum é aquilo que não exige muito de nós, comum é aquilo que podemos fazer e viver de "qualquer maneira". Ledo engano...
Para a Igreja o Tempo Comum é extremamente importante, sobretudo por dois motivos: 1) Vivemos, das 52 ou 53 Semanas do Ano, 33 ou 34 Semanas no Tempo Comum: ora, a Igreja não seria tola, boba dedicando tanto tempo (cronologicamente falando) para um Tempo Litúrgico que não fosse de grande importância. Só para se ter uma ideia: depois do Tempo Comum, o maior Tempo Litúrgico é o Tempo da Páscoa e, este conta com, apenas, 07 Semanas. daí, nos perguntamos: Por que vivemos tanto tempo no Tempo Comum? A resposta é o Segundo Motivo: 2) Durante o Tempo Comum somos convidados a aprender do Senhor Jesus a como conduzir a nossa própria vida de modo a agradar o nosso Pai que está nos céus; durante o Tempo Comum somos convidados a Ser Santos e Santas como o nosso Pai do céu é Santo e, dessa forma, vamos aprendendo o que significa ser Santo e Santa com o próprio Jesus. Nesse sentido, acompanhando as Semanas do Tempo Comum vamos tomando consciência que a Santidade não é uma prerrogativa de alguns homens e mulheres dotados de dons extraordinários por Deus, nosso Pai mas, ao contrário do que se imagina, a Santidade é algo muito simples e pode e deve ser alcançada por todos (as) pois, a mesma, consiste na adequação da vida que vivemos à Vontade do Pai e, ninguém melhor do que o Senhor Jesus para nos mostrar como atingir tal objetivo.
Durante o Tempo Comum, a Palavra de Deus nos apresenta e nos faz acompanhar Jesus em sua Vida ou Ministério Público (do Batismo até antes de Sua Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão aos Céus) e, nesse acompanhamento, vamos percebendo as escolhas, as repreensões, os amigos, os inimigos, quem se coloca à favor e quem se coloca contra, vamos vendo os milagres e ouvindo os discursos do Senhor e, em tudo isso, vamos compreendendo como Deus, o Pai é de fato. Dessa forma, vamos adquirindo condições para restaurar, em nós mesmos, a Imagem e Semelhança de Deus e, nisso consiste a Santidade.
Nesse Tempo Comum, Jesus vai nos apresentando o Caminho que nos leva ao Pai, vai nos colocando "contra a parede" e exigindo de nós, cada vez mais fortemente, uma opção: contra ou à favor!
Eu diria que o Tempo Comum é o Tempo que nos apresenta, com muita clareza o real sentido da Vida Cristã e, dessa forma, ouso afirmar que, sem a vivência da Espiritualidade desse Tempo, de nada adianta a nossa "participação" em outros momentos que consideramos "fortes" e, por conta disso, "importantes". É o Tempo Comum o responsável por gestar em cada um (a) de nós o próprio Deus de modo que, ao chegar nos Tempos Fortes, saibamos o que devemos fazer e viver em cada um deles. No Tempo Comum, vamos decifrando a "fisionomia verdadeira de Deus" e, automaticamente, vamos quebrando as falsas imagens que Dele fazemos ou nos passaram.
Nesse Ano da Fé, em que a Igreja nos pede uma maior compreensão de nossa responsabilidade como cristãos e cristãs no mundo, viver a Espiritualidade do Tempo Comum nos será de grande valia. Não percamos essa oportunidade de conhecer melhor o nosso Deus, acompanhando o Seu Filho Jesus nos "três anos" de Seu Ministério Público, tempo em que Ele manifestou - com seus discursos e milagres - quem é o nosso Pai do Céu!
Boas Celebrações para todos (as)!
Pe. Ezaques Tavares
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