quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

"Festa do Batismo de Jesus: Revelando a Missão dos Batizados na Igreja e no Mundo!" - 13 de Janeiro de 2013

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria, celebramos a Festa do Batismo do Senhor e, com essa Festa Litúrgica, encerramos o Ciclo Natalino em nossa Igreja.   Podemos dizer, também, que com essa Festa, o Tempo Comum se abre pois, no próximo Domingo, celebraremos o II Domingo do Tempo Comum e, isso nos permite afirmar que o I Domingo do Tempo Comum - em todos os anos - é substituído pela Festa de hoje.

Ora, encerrar o Ciclo do Natal com a Festa do Batismo do Senhor nos faz pensar na Tradição da Igreja que orienta que os filhos - tão logo nasçam - devem ser conduzidos à Comunidade Eclesial para que, por meio do Batismo, sejam incorporados à Família dos Filhos e Filhas de Deus e, inaugurar o Tempo Comum com a mesma Festa, nos faz pensar que deveremos conduzir a nossa vida - em seu tempo comum, no dia a dia - como verdadeiros Filhos e Filhas de Deus, isto é, precisaremos dar Testemunho de nossa Filiação Divina a cada instante de nossas vidas e para todos (as) aqueles (as) que conosco estiverem ou se encontrarem.

A Palavra de Deus da Festa do Batismo do Senhor nos faz refletir, sobretudo, sobre a nossa condição de Batizados (as) e, ao revelar o que se espera do Servo de Javé (Primeira Leitura) e o que se fala de Jesus (Evangelho), somos questionados (as) sobre a nossa própria condição de Cristãos (ãs) na Igreja e no Mundo que nos cerca.

Dessa forma, a Primeira Leitura (Is 42, 1-4.6-7) nos apresenta o I Canto do Servo de Javé ou Servo Sofredor.   Este texto, fruto do período do Exílio na Babilônia ou imediatamente após o seu fim, nos apresenta uma personagem misteriosa que, com uma vida de doação e fidelidade à vontade do Seu Senhor (daí, o termo SERVO para designá-lo) conquistaria a Salvação de todo o Povo.   Muito se discutiu sobre a Identidade desse Servo - pensado, ora como alguém em particular e ora como sendo todo o Povo em sua coletividade.   Porém, penso que mais importante que saber de quem o Profeta está falando, importa entendermos o que se está falando, as características do Servo pois, acredito eu, são essas características que deveriam marcar a vida de todo (a) aquele (a) que deseja viver como Filho (a) de Deus.   Entender o comportamento do Servo possibilitará entendermos como deveria ser o nosso próprio comportamento.

Em primeiro lugar o Servo é apresentado pelo próprio Deus ao mundo como alguém que será a causa de sua alegria pois Nele "se compraz Sua alma".   Ele é eleito, escolhido: Ninguém é servo por querer mas por ser escolhido, chamado, vocacionado para tanto.   A escolha não lança o Servo na fogueira e pronto mas, Aquele que escolhe, elege e chama "põe o Seu Espírito sobre ele".   Será esse Espírito quem dará as condições para que o Servo possa cumprir o seu papel, a sua missão pois a mesma não é tarefa fácil, nem simples: promover justiça para as Nações, não levantar a voz, não quebra a cana rachada, nem apaga o pavio que ainda fumega, mas julga para obtenção da verdade...   Como vemos, a missão do Servo é árdua pois, se a observarmos atentamente, perceberemos que tudo que Ele deve fazer é o contrário, o oposto daquilo que o mundo em que vivemos nos pede.   Ser justo (à maneira de Deus, deixando o Amor estar na raiz de nossas ações), dar valor ao pequeno, ao simples, ao necessitado, ao que não conta, não ganhar a causa no grito, na falação mas na prática, com ações novas e convincentes... tudo isso é muito complicado para se viver, para se fazer.

Porém, serão essas ações que mostrarão ao mundo a força de Javé e a aceitação, por parte do (a) escolhido (a), da sua condição de Servo - lembre-se: SERVO é aquele que não tem voz, nem vez; não tem vontade própria e, portanto vive para satisfazer as vontades do  Seu Senhor.   O mundo está à espera do Servo (ou, - por que não? - dos servos e servas) que façam valer essa Palavra, para que todos possam crer pois os servos são formados por Javé para serem elos da Sua Aliança com a Humanidade, luz para as nações e transformar as situações de morte em situações de vida para todos (as).

Sabemos que todo o Primeiro Testamento não viu a realização dessa Profecia pois, a mesma só se realizou em Jesus que, no Evangelho de hoje (Lc 3, 15-16. 21-22) nos é apresentado como o Filho Amado no qual Deus, o Pai, encontra o seu prazer (tal qual o Servo de Javé, da profecia de Isaías).

São Lucas nos apresenta a expectativa do povo pela chegada do Messias, Aquele que fora anunciado como o Libertador do Povo e o restaurador do Reino de Deus entre nós.   Havia, à época, muitos que eram confundidos com o Messias e, inclusive João Batista é percebido pelo Povo como sendo, ele mesmo, o Esperado.   João nos oferece uma característica importante: Eu vos batizo com água, mas virá Aquele que é mais forte do que eu.   Eu não sou digno de desamarrar as correias de suas sandálias.   Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo.   O reconhecimento do seu lugar é tarefa fundamental para não nos colocarmos em posições superioras àquelas que nos foram reservadas pelo nosso Senhor (lembre-se: somos servos (as)).   É nesse momento que Jesus se apresenta para receber o Batismo de João que, apesar de ser um Batismo de Penitência, para a Remissão dos Pecados e, portanto, Jesus não teria necessidade de recebê-lo, Ele o recebe em solidariedade para com a condição humana pois, se não se solidarizasse com a humanidade não poderia salvá-la.   

Saindo da água e enquanto rezava o Espírito Santo desceu sobre Jesus em forma de pomba.   Do céu uma voz se fez ouvir: Tu és o meu Filho amado, em Ti ponho o meu bem-querer!   Aqui percebemos que o Espirito Santo é a resposta amorosa do Pai àquele (a) que pede na oração e, que o Batismo nos torna, de fato, filhos e filhas no Filho Jesus.   Da mesma forma que em Jesus, o Pai nos chama de filhos e filhas e acredita que pela nossa vida, a sua alegria será completa, desde que façamos a Sua Vontade, que vivamos as características do Servo Sofredor da Primeira Leitura de hoje.

Por fim, a Segunda Leitura (At 10, 34-38) nos apresenta a grande consequência prática na vida daqueles (as) que, pelo batismo, foram adotado pelo Pai, se tornaram filhos e filhas no Filho Jesus: não poderão aceitar a discriminação, a distinção de pessoas pois Deus aceita quem O teme e pratica a Justiça.   Os Batizados (as) devem lutar para unir, congregar o que está disperso, resgatar, salvar, restaurar a cana rachada, o pavio que ainda fumega, deve ser Luz da Nações, deve conduzir os Povos para Deus, o Pai.   Só conseguirão isso se forem capazes de amar e, no amor, trazer de volta o que o pecado, um dia, levou para longe.  

Pense nisso e boa celebração para todos (as)!

Oremos: Deus eterno e todo-poderoso que, sendo o Cristo batizado nas águas do Jordão e pairando sobre Ele o Espirito Santo, O declarastes, solenemente, vosso Filho, concedei aos vossos filhos e filhas adotivos, renascidos da água e do Espirito Santo, perseverar constantemente em vosso Amor!   Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.   Amém!

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