sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

"III Domingo do Tempo Comum: A Palavra é o Caminho da Salvação!" - 27 de Janeiro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando seguimento às Celebrações do Tempo Comum, buscamos na Palavra e na Vida Comunitária as pistas, os caminhos, a luz para conseguirmos restaurar em nós a "imagem e semelhança de Deus" que, infelizmente, o nosso pecado denigriu.   Estamos buscando, na Palavra e na Comunidade, alcançar o objetivo central desse Tempo Litúrgico: "ser santo (a) e perfeito (a) como nosso Pai do Céu é Santo e Perfeito.   Ouvir a Sua Voz e viver (atualizar) a Sua Palavra em nossas vidas é o caminho seguro para se alcançar tal objetivo.

Dessa forma, nesse III Domingo do Tempo Comum, a Palavra de Deus que nos é proposta trata, exatamente, sobre a própria Palavra e seu poder para fazer acontecer aquilo que diz - exatamente porque Palavra de Deus.

Na Primeira Leitura (Ne 8, 2-4a.5-6.8-10), vemos o Sacerdote Esdras - mais ou menos, por volta de 440 a.C. e, portanto, 100 anos após o retorno do Exílio na Babilônia - apresentando a todo povo reunido, a Palavra como "a grande possibilidade de restauração da própria vida".   É um texto belíssimo e rico de ensinamentos para nós, ainda hoje.

Esdras é um Sacerdote que é enviado para Jerusalém a fim de compreender os motivos que impedem o povo de reconstruir a vida após 100 anos do retorno do Exílio.   Era preciso descobrir tal motivo para poder trabalhar de modo a alcançar o que todos desejavam por ocasião do regresso: a vida.   Após algum tempo de convivência com o povo, Esdras percebe a causa fundamental dos problemas enfrentados pelo povo e que o impossibilitava de caminhar e progredir: tendo passado tanto tempo do retorno do povo, este havia se esquecido da Palavra e, tal esquecimento, se devia, sobretudo, pelo fato de não haver alguém que pregasse, que ensinasse, que mantivesse viva tal Palavra de Deus.   Com o passar do tempo, a Comunidade foi se afastando do ideal apresentado pela Palavra.

Ora, se o problema principal era o desconhecimento da Palavra, para resolver tal situação seria preciso retomar o ensinamento, a catequese dando ao povo as condições para ouvir e entender os ensinamentos que a Palavra de Deus oferece e, dessa forma, voltar a ter a vida que o Senhor promete na Mesma.

É por isso que o sacerdote Esdras, no primeiro dia do sétimo mês, apresentou a Lei diante da assembleia de homens, mulheres e de todos os que eram capazes de compreender.   O desconhecimento é vencido pelo anúncio e pela proclamação da Palavra.   Essa grande assembleia passa a manhã inteira daquele dia escutando a leitura da Palavra de Deus.   Essa leitura da Palavra não é algo improvisado mas, ao contrário, preparado pois a mesma é feita pelo sacerdote que está em pé sobre um estrado de madeira, feito exatamente para aquela ocasião.   Tal estrado o colocava no alto de modo que todos podiam vê-lo e, assim, podiam prestar mais atenção.   Todo esse texto nos faz lembrar de nossas Liturgias da Palavra: o povo fica em pé e diz Amém e, logo após, o povo se prostrou com o rosto por terra.   E leram CLARA E DISTINTAMENTE O LIVRO DA LEI DE DEUS E EXPLICARAM SEU SENTIDO, DE MODO QUE SE PUDESSE COMPREENDER A LEITURA.   Aqui, o objetivo de toda a Liturgia da Palavra em nossas Celebrações: conduzir o povo à escuta e compreensão da Palavra Proclamada!

Ao escutar e compreender a Palavra, o povo chora: chora por saber-se descumpridor da mesma; chora por perceber-se distante daquilo que a Palavra ordenava; chora por compreender que toda situação complicada que viveram vinha do fato de não haver tido a possibilidade de escutar, compreender e viver o que Aquela Palavra de Vida pedia.   Mas, é importante notar, passar de desconhecedor para conhecedor da Palavra não deve ser motivo de tristeza, de choro, de lamentação mas, o contrário: inicia-se, agora, uma nova fase aonde a Bênção e a Graça de Deus poderão voltar para o meio do povo pois este, instruído pela Palavra poderá viver de acordo com aquilo que a Mesma diz!   Ouvir e compreender a Palavra trará consequências e, a primeira delas é a alegria: não fiqueis tristes nem choreis... a outra, é fazer festa com comidas e bebidas e , por fim, partilhar com os irmãos o que se tem: é preciso repartir com aqueles que nada preparam pois este é dia é santo para o nosso Senhor!

No Evangelho (Lc 1, 1-4; 4, 14-21) vemos o Evangelista apresentando, num primeiro momento, que tudo que escreverá dali para frente era produto de uma pesquisa cuidadosa sobre a vida de Jesus.   Tal pesquisa é para não ficar dúvidas sobre a Verdade dos ensinamentos ali apresentados.

Em seguida, Lucas nos apresenta Jesus na Sinagoga, em Nazaré e, ali, apresentando o seu Programa de Vida: Jesus é a realização da Palavra do Pai, pronunciada pelo Profeta Isaías.   Jesus é Aquele sobre o qual o Espírito do Senhor repousa (lembre-se da Festa do Batismo de Jesus, 13/01) e, o Espírito O impulsiona para  a realização da Vontade do Pai: anunciar a Boa Nova aos Pobres, proclamara a Libertação aos cativos e aos cegos a Recuperação da Vista, Libertar os oprimidos e, consequentemente, para PROCLAMAR O ANO DA GRAÇA DO SENHOR.   Aqui, compreendemos que o Ano da Graça do Senhor é o Ano aonde a VIDA É OFERECIDA A TODOS, SOBRETUDO ÀQUELES (AS) AOS QUAIS A MESMA ESTÁ SENDO NEGADA.

Por fim, Jesus conclui a sua Leitura afirmando, em alto e bom som: HOJE se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir!   Seguir Jesus, aprender Dele a bem viver, compreender a sua mensagem é o caminho, seguro, para se alcançar a Vida em Deus, a Vida Plena (cf. Jo 10,10).

Na Segunda Leitura (I Cor 12, 12-30) vemos o Apóstolo Paulo nos apresentando o ideal de vida de uma Comunidade que escuta e compreende a Palavra de Deus: a grande consequência é viver unidos pois a Comunidade que ouve a Palavra é como um Corpo e, aqui, os membros devem estar unidos e, cada um deverá cumprir a sua missão, sem desprezar nenhum outro pois a harmonia, a beleza, e sobretudo, o cumprimento da missão só será possível, se TODOS estiverem presentes e atuantes.   O respeito pelos pequenos e o sentir com o irmão (tristeza ou alegria) é fundamental para provar que tal Comunidade está ouvindo, compreendendo e vivendo o que a Palavra diz.

Peçamos a Deus que nos ajude a OUVIR, COMPREENDER E VIVER a Sua Palavra.   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

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