sexta-feira, 16 de março de 2012

"IV Domingo da Quaresma: A Fidelidade de Deus à Aliança!" - 18 de Março de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando seguimento à nossa Caminhada Quaresmal, chegamos ao IV Domingo e, hoje, somos convidados (as) pela Palavra de Deus que nos é proposta a refletir sobre, até que ponto, Deus é Fiel à Aliança que fez conosco.

Assim, na Primeira Leitura (II Cr 36, 14-16.19-23) vemos como o Povo de Deus, no Primeiro Testamento, foi conduzido por suas autoridades (chefes dos sacerdotes)  à infidelidade à Aliança com Javé: "...práticas abomináveis das nações pagãs e profanação do Templo que o Senhor tinha santificado em Jerusalém."   Apesar de tais práticas condenáveis, Javé sempre enviava mensageiros (profetas) para alertar e convidar ao retorno para Ele mas, apesar de tantas iniciativas da parte de Deus, o Povo não quis abandonar os seus desejos, caminhos, instintos, critérios, vontades.   Chamar a atenção do Povo era consequência da "COMPAIXÃO que Javé tem por seu povo, por sua própria casa".   Apesar de esperar uma resposta positiva ao convite que lhe dirigia, ao contrário, Javé recebeu desprezo, zombaria da parte do seu Povo.   É aqui que percebemos que, por conta desta atitude de rejeição, de desprezo e zombaria do Povo, este ficou à mercê de suas próprias capacidades, de seus próprios caprichos e, sem o auxílio divino - impedido de chegar até ele por conta do seu pecado -, acabaram perdendo tudo que, até aquele momento, havia conquistado: "os inimigos incendiaram a Casa de Deus e deitaram abaixo os muros de Jerusalém, atearam fogo a todas as construções fortificadas e destruíram tudo o que havia de precioso... os sobreviventes forma levados cativos para a Babilônia, tornando-se escravos do rei e de seus filhos."

Esta reflexão sobre a História da Salvação nos faz refletir sobre a nossa conduta nos dias de hoje que, me parece, não ser muito diferente pois, a cada momento o Senhor vem ao nosso encontro e nos convida à fidelidade à Aliança de Amor que Ele fez conosco mas, em contrapartida, apesar de sabermos que somente Nele a nossa vida terá sentido, seguimos por caminhos que não foram propostos por Ele e, como o Povo do Primeiro Testamento, nos enveredamos para nossa própria ruína, para nossa própria desgraça e morte.

Nossa sorte está no fato de que Deus nos ama para além de nossas infidelidades e, apesar delas, Ele continua FIEL e, na sua Fidelidade (que não é merecimento de nossa parte mas Graça procedente do seu Amor por cada um (a) de nós), Ele busca refazer tal História sem, sequer, contar com nossa participação.   A Leitura das Crônicas continua e afirma que é o próprio Deus quem suscita um "ESTRANGEIRO" ( CIRO = REI DOS PERSAS = PAGÃO) para fazer o trabalho de reconduzir o Povo  à sua terra.   O Exílio na Babilônia serviu como lição para que o Povo pudesse refletir sobre a sua conduta e, reconhecendo a sua infidelidade, voltasse para o Senhor de todo o coração.   O Exílio foi o tempo propício para que a "terra pudesse ter o seu descanso que, de acordo com a Lei de Deus, deveria ocorrer a cada 7anos" mas, a ganância = pecado do povo, não permitiu.   Para manter a Sua Fidelidade, Deus se utiliza, até, de um pagão e, isso demonstra a gratuidade de Deus em sua ação salvadora.

Este trecho do livro das Crônicas nos prepara para entender o Evangelho da Santa Missa (Jo 3, 14-21) que são as Palavras de Jesus pronunciadas no fim do "Diálogo com Nicodemos".   Jesus, recordando uma passagem do Livro dos Números 21, 8-9 (serpente de bronze), anuncia o que ocorrerá consigo mesmo: "Assim como Moisés levantou a serpente de bronze no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos que Nele crerem tenha a Vida Eterna!"   No deserto, por conta do pecado do povo, serpentes abrasadoras foram enviadas e picando as pessoas levavam-na à morte.   Fazer uma serpente de bronze, levantá-la numa haste foi o caminho para a "vida": "quem fosse picado, olhando para a serpente, ficava curado!"   Ora, Jesus é Aquele que quando for levantado da terra atrairá os olhares de todos e, contemplá-Lo e crer que Ele pode salvar, curar, dar a Vida Nova, garantirá a aquisição destas bênçãos.   Porém, aqui, uma questão feita no Segundo domingo:  "O que é CRER?"   E, recordando nossa reflexão, a Fé é um dom que o próprio Deus nos dá para conduzirmos a nossa vida de tal forma que Ele (Deus) possa ser percebido em nós, em tudo aquilo que somos e fazemos.    Assim sendo, olhar para Jesus no Alto da Cruz e crer Nele implica num compromisso de SER COMO ELE FOI, DE FAZER O QUE ELE FEZ, isto é, ENTREGAR A VIDA POR AMOR A TODOS (AS).  É esta Fé, que nos faz iguais a Jesus, que SALVA DE VERDADE.   O resto... é conversa fiada pra boi dormir!

Este gesto de Jesus (ser levantado na Cruz) revela o quanto Deus nos ama e, o que Ele é capaz de fazer para manter a sua fidelidade: Jesus é entregue por Amor e para Salvar, não para condenar!   Acreditar e comprometer-se com esta verdade traz Salvação e Vida, o contrário, traz Condenação e Morte.   

Para São João, o Julgamento, por conta desta adesão ou não ao Projeto de Salvação do Pai, vai se dando em nosso dia-a-dia, em cada momento, quando a vida vai nos colocando diante de situações em que devemos dar a nossa resposta: positiva ou negativa à vontade do Pai.   Viver na Luz nos dará condições de reforçar a nossa adesão; ficar na escuridão, nos levará para longe, para a perdição.

Por fim, o Apóstolo Paulo na Segunda Leitura (Ef 2, 4-10) reforça esta reflexão: falando do Amor de Deus por todos a ponto de entregar o Seu Filho por nós, nos garante que a Salvação é Graça, é Dom.   E nós?   O que estamos fazendo para corresponder a este Amor de Deus por nós?

Aproveitemos esta reta final do Tempo da Quaresma e, revendo a nossa vida de forma mais atenciosa busquemos fazer tudo para corresponder à tão GRANDE AMOR!

Boa Celebração para todos (as)!

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