sábado, 24 de março de 2012

"Solenidade da Anunciação do Senhor: Deus cumpre a Promessa!" - 26 de Março de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria, como na semana passada, quebramos o clima quaresmal para celebrar a Solenidade da Anunciação do Senhor.   Dentro da Tradição Cristã Católica que celebra o Nascimento do Senhor em 25/12, temos, 09 meses antes (25/03), o anúncio do Anjo à Maria.   Porém, como neste ano, o dia 25/03 ocorre no domingo e, os domingos da Quaresma não podem ser substituídos, celebramos tal Solenidade na Segunda-Feira mais próxima ao dia real, a saber, 26/03.   Feitas tais explicações, busquemos entender o sentido, a mensagem da Solenidade de hoje tendo por base os textos da Palavra de Deus.

A Solenidade da Anunciação do Senhor deve ser compreendida dentro do contexto do cumprimento das Promessas de Deus a seu Povo.   A Encarnação de Jesus no seio virginal de Maria faz parte da realização das Promessas e, neste caso, a realização PLENA e TOTAL!   Após Jesus, não há mais promessas pra serem cumpridas.

Dentro desta perspectiva busquemos compreender a importância da Primeira Leitura (Is 7, 10-14), um texto clássico pra nós cristãos.   Estamos no tempo do Rei Acaz (séc. VIII a.C. - por volta de 722 a.C.).   O rei Acaz está apavorado por conta de alianças externas, de outros reinos que buscam invadir Judá e tomar o poder.   Acaz, muito jovem (20 anos), sente medo e, imagina que fazer uma aliança política com a Assíria seria a melhor saída.   Mas, a Assíria é uma nação pagã e, não deixaria barato o apoio dado a Judá, ao rei Acaz.   Cobraria o apoio e, automaticamente, Judá ficaria refém de uma nação pagã, se vendo obrigada a fazer o que fosse exigido dela (culto, práticas ... pagãs).   Por outro lado, tal aliança revelaria uma verdade terrível: Judá demonstraria não estar confiando no Poder de Deus que faz o impossível, aos olhos humanos, acontecer!"   É aqui que o profeta Isaías resolve ir falar com o rei Acaz para tentar tirar de sua cabeça o desejo de tal aliança com a Assíria.   Acaz parece irredutível e não aceita os conselhos do Profeta e, por fim, o Profeta, na leitura de hoje, pede a Acaz que peça, caso duvide do Poder de Deus, um SINAL vindo do céu que Deus lhe daria.   Acaz, em sua obstinação, não aceita e, num tom num primeiro momento, cordato e piedoso diz que não iria tentar o Senhor Deus.   Mas, é preciso entender que Acaz não pede um SINAL não porque não queira tentar o Senhor Deus mas, porque sente medo e, como diz o ditado: "Vai que Deus oferece o sinal e ele se vê obrigado a confiar!..."   O Profeta Isaías, cheio de furor ante a recusa do rei Acaz, afirma que mesmo não pedindo, Deus dará um SINAL: "Eis que a Jovem (Virgem) conceberá e dará à luz um filho que será Deus-Conosco!"   Ora, sabemos que tal profecia se referia ao filho do rei Acaz (Ezequias) que nasce de sua jovem esposa.   Porém, sabemos também, que o rei Ezequias - apesar de ter sido um bom rei - não foi capaz de realizar tudo que o Profeta anunciara com sua profecia.    É a partir daqui que a ideia de um Messias vai ganhando força no meio da Comunidade.   Aqui, a importância deste texto do Primeiro Testamento para a compreensão do Evangelho de hoje.

O texto evangélico de hoje (Lc 1, 26-38) nos oferece a possibilidade de compreender que em Jesus, a Promessa se cumpre de forma definitiva, plena e total.   Vejamos alguns detalhes do texto:

A primeira situação que chama a atenção é o local e a pessoa escolhidos por Deus:  Nazaré e Maria!   São representantes de Pobres e, isso nos faz pensar nos caminhos escolhidos por Deus: opostos aos nossos.   Ao longo da história, criou-se a convicção de que o Messias seria um Grande, um Poderoso e, consequentemente, sairia de Jerusalém e de uma Família do Poder estabelecido.   Deus, contrariando toda expectativa, busca em Nazaré (povoado que, sequer, foi citado no Primeiro Testamento) uma "VIRGEM" para ser aquela que, com seu SIM, levará a bom termo a Promessa.   O fruto do ventre de Maria é produto da Força do Altíssimo e vem para realizar as palavras do Profeta Isaías, na primeira leitura da Missa.

A segunda situação interessante é a resposta de Maria: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim a Tua Palavra!"   Esta abertura dos simples, dos pobres á vontade de Deus é fundamental para a realização da Promessa.   Neste momento, Maria se torna o nosso modelo de virtude, de fé, de abertura à vontade do Senhor.   Estando vivendo este Tempo de Quaresma, estas são posturas que cada um (a) de nós deve buscar para que as Celebrações Pascais sejam mais verdadeiras em nossas vidas.

Este Jesus que nasce de Maria por obra e graça do Altíssimo é Aquele que vem nos ensinar que o verdadeiro culto que agrada ao Senhor é uma Vida totalmente voltada pra cumprir a vontade do Pai.   A Segunda Leitura (Hb 10, 4-10) nos apresenta tal verdade: não há necessidade de sangue de animais pois estes já não cumprem mais o que pretendia.   O Sangue que salva, cura, perdoa é o de Jesus, filho de Maria que, numa vida totalmente consagrada á vontade do Pai, será causa única e perfeita de nossa Salvação!

Portanto, celebrar a Solenidade da Anunciação do Senhor deve nos encher de sentimentos de gratidão a Deus que, no seu Infinito Amor por cada um (a) de nós, cumpriu a sua Promessa: nos ofereceu o Seu Filho pra ser a causa de nossa Salvação!   E nós?   Como temos vivido esta Verdade em nossas vidas?

Pensemos nisso e sejamos fieis àquilo que Deus espera de nós!   Amém!




Um comentário:

  1. É pela morte de Jesus que todos serão resgatados da condenação eterna.
    O grão de trigo,lançado na terra,sofre uma especie de decomposição e de morte,antes de germinar.Assim Jesus não pode cumprir a sua missão,salvar o mundo,senão pela morte.Quem faz pouca conta de sua vida neste mundo...é a vida do mundo,a vida do pecado.É preciso destruí-lá,sob a ação da graça,para podermos viver na eternidade

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