sexta-feira, 10 de agosto de 2012

"XIX Domingo do Tempo Comum: Jesus é o Pão da Vida!" - 12 de Agosto de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Continuamos a nossa reflexão nesse XIX Domingo do Tempo Comum levando em consideração o próprio desse Tempo que é o convite feito por Deus e pela Igreja para sermos santos e santas como nosso Pai do Céu é Santo; também, levamos em consideração a questão vocacional que é própria do Mês de Agosto para a Igreja no Brasil e, por fim, seguimos no contexto do texto de Jo 6 - multiplicação dos pães e discurso sobre o Pão da Vida.

Já refletimos, nos dois últimos domingos sobre dois aspectos importantes da fé: a força de Deus que nos faz realizar a nossa parte para resolver questões complicadas que nos acometem (XVII Domingo) e a força de Deus que nos capacita a percebê-Lo nos momentos adversos da vida mas, que nos conduz ao Seu encontro, não somente por conta da situação adversa mas pelo desejo de querermos COMPROMETER A NOSSA VIDA COM A SUA VONTADE (XVIII Domingo).

Hoje, avançamos e a Palavra de Deus nos apresenta que o cumprimento da nossa missão só será possível se confiarmos em Sua Presença e Ação que nos fortalece e nos impulsiona a continuar o caminho que se coloca à nossa frente.

Na Primeira Leitura (1 Rs 19, 4-8) temos um relato envolvendo o Profeta Elias, o homem de Deus.   Estamos por volta dos anos 900 / 850 a.C. e, Elias se apresenta com a força de Deus para restaurar a Fé em Javé em Israel uma vez que, pela influência da Rainha Jezabel (pagã, filha do rei de Tiro) mas que se casara com Acaz (rei fraco e de fácil manipulação), tal fé estava enfraquecida a ponto de só restar o profeta como uma espécie "voz que fala do deserto".   Essa rainha havia introduzido em Israel a fé em Baal = deus da fertilidade e da fecundidade (das pessoas e da terra).   Para tanto, lançou mão de instrumentos de persuasão, perseguindo, prendendo, torturando e matando quem ousasse se colocar contra os seus ideais.   Diante dessa situação, o povo com medo, foi sendo conduzido para o culto de Baal e se afastando / abandonando o Javé.   Porém, Deus que não abandona os seus, se levanta contra essas atrocidades e, por meio de Elias, conclama o povo para que volte pra Ele = Javé = Deus Único e Verdadeiro e, abandone o culto a Baal = ídolo = deus falso = criação dos poderosos para a manutenção do próprio poder.   O ponto alto dessa "guerra entre Javé e Baal" se dá por ocasião do embate entre Elias e os Sacerdotes de Baal quando, o povo contemplou que somente Javé é o Deus Único e Verdadeiro: Elias venceu os 400 Sacerdotes de Baal.   Tal embate produziu o ódio de Jezabel que procura, de agora em diante, matar o Profeta e, este, por sua vez, se vendo em risco de vida, foge para o deserto e pede que Deus o mate.   É nesse contexto que se encontra o texto da leitura de hoje.   O Profeta se sente cansado de ter caminhado em dia inteiro pelo deserto mas também pela luta, aparente inglória que travara com o poder instituído da cidade = simbolizado pelo fraco Rei Acab e mais importante pela poderosa Rainha Jezabel.   Sem apoio de ninguém, abandonado por todos do seu povo, o Profeta prefere a morte.   Parece que tudo está perdido mas, nesse momento, Javé aparece e, por meio do anjo oferece a Elias pão e água (dois dos maiores sinais que acompanharam o povo na travessia do deserto, por ocasião da libertação do Egito).   O Profeta levanta e come do alimento misterioso e bebe da água mas, volta a dormir.   Deus, porém, insiste: "Levanta-te e come pois ainda tens um longo caminho pela frente para ser percorrido!"   Abastecido pela força do alimento e da bebida divinos, Elias se levanta e caminha 40 dias e 40 noites pelo deserto até chegar ao monte de Deus, o Horeb = Sinai.

Que beleza de leitura temos hoje mais uma vez pois continua a nos mostrar como o nosso Deus se preocupa conosco e, mesmo que pensemos que Ele se esqueceu de nós, Ele se mostra presente e, saciando as nossas necessidades nos conduz pelo deserto da vida para um Encontro Pessoal e Restaurador com Ele.    Tal leitura - como as dos últimos dois domingos - funciona como pano de fundo para a compreensão do texto evangélico de hoje.

Seguindo o capítulo 6 de João, vemos que os judeus começam a murmurar pois não compreenderam as  palavras ditas pelo Senhor: Eu sou o Pão do Céu! (domingo passado)   O principal motivo da murmuração é o fato de Jesus ser alguém conhecido como filho de José e com família vivendo entre eles.   A Encarnação de Jesus é, aqui, um obstáculo para o surgimento da fé.   Porém, como já mencionamos em outras Celebrações, a fé em Jesus é DOM e, portanto, não basta a querer mas, é preciso abrir-se ao Pai para que O mesmo nos aponte e nos ensine quem, de fato, é Jesus.   Por isso, diz Jesus: Ninguém vem a Mim se o Pai não o atrai! [...] Quem ouve o Pai, vem a Mim!   Acreditar em Jesus como Filho descido de junto do Pai para salvar, é o caminho para a Vida Eterna.   O maná não era o pão verdadeiro que desceu do céu pois, a Palavra que Jesus está dizendo no momento, é o Verdadeiro Pão que veio do céu para nos levar para lá.    Portanto, acreditar e aceitar tal Palavra que sai da Boca de Jesus, é o mais importante: esta é certeza da vida eterna = nunca morrerá.   Por fim, encerramos o texto evangélico de hoje com a menção que indica a carne de Jesus como o alimento oferecido pela vida do mundo.    Portanto, aqui, o texto vai ganhando o seu contorno Eucarístico por assim dizer.

Para concluir, o Apóstolo Paulo nos apresenta a necessidade de levarmos uma vida condizente com aquilo que nos tornamos e somos (Ef 4, 30.5, 2).   Após a nossa entrada na Comunidade, Deus nos adotou e nos marcou com o seu selo e, portanto, não podemos contristar o Seu Espírito que age em nós e nos conduz até a nossa libertação final.   É preciso limpar a nossa vida de toda amargura, irritação, cólera, gritaria, injúria, pois tudo isso deve desaparecer de nosso meio, como toda espécie de maldade.   Podemos perceber que todas as situações descritas pelo Apóstolo atrapalham a nossa CONVIVÊNCIA que, no fim, será o que irá importar.   Ao contrário, é importante que tenhamos bondade uns para com os outros, bem como compaixão; saber perdoar pois Deus nos perdoa sempre.   Portanto, é preciso viver como filhos (as) de Deus que nos ama a todos (as).   Viver no AMOR é a nossa MISSÃO PRINCIPAL!

Que Deus nos auxilie nesta luta pela fidelidade à Sua Vontade a nosso respeito.   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

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