sábado, 25 de agosto de 2012

"XXI Domingo do Tempo Comum: A quem nós queremos Servir?" - 26 de Agosto de 2012

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Vivemos o XXI Domingo do Tempo Comum e, com a Igreja no Brasil celebramos o último domingo de mês de agosto - mês dedicado às vocações - olhando, com especial atenção, para as Vocações Leigas.   Dessa forma, somos convidados a compreender a Palavra de Deus buscando as pistas que a mesma nos oferece para "sermos santos e santas como Ele é Santo" - objetivo fundamental do Tempo Comum - por um lado e, por outro, entendermos que esse Deus nos convida a colaborar com Ele na construção de um Mundo Novo, sinal do Seu Reino - objetivo do Mês Vocacional.

Estamos encerrando, hoje, a sequência de 5 domingos que nos ofereceu a oportunidade de, a partir da reflexão do capítulo 6 do Evangelho de João, crescer na compreensão sobre a questão da Fé: O que é a Fé? O que ela produz na vida dos crentes? Como podemos perceber se temos ou não Fé?  De onde ela vem?    Essas e, tantas outras são questões que nos foram apresentadas nesse conjunto de domingos (quebrado, somente, no domingo passado por conta da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora).

Nesses domingos fomos, passo a passo, crescendo na compreensão do que é, de fato, a Fé.   Partimos, nos questionando se temos fé ou, se ao contrário, o que definimos como fé não passaria de um sentimento - simples e barato - mas sem nenhuma a referência àquilo que a Palavra nos fala.  Falamos que a Fé é um DOM e, dessa forma, é importante que saibamos que ela nos é dada.   Ninguém nasce com fé.   A Igreja nos ensina que esse Dom nos é ofertado pelo Pai do Céu e, chega até nós por ocasião de nosso Batismo.   Ora, se a Fé é Dom e, esse, por sua vez, nos vem do Pai do Céu, importante é compreender que o Pai do Céu não nos oferece nada que seja para nosso próprio benefício mas, ao contrário, tudo que o Pai do Céu nos concede é visando o Outro que caminha ou está ao nosso lado.   Podemos dizer que a Fé é um Dom que Deus nos concede para que consigamos ser e agir do Seu jeito: um homem ou mulher de fé precisa compreender que Deus quer ser percebido presente no mundo a partir das ações deles!   Dessa forma, entendemos que a Fé nos capacita para a realização de ações que revelem o próprio Deus e, dessa forma, compreendemos o texto de São Tiago ao que afirma que a fé sem obras está morta.   Importante entender que as obras não são a causa da fé - pois a causa é Deus - mas, as obras revelam a existência desse Dom em nós.   A Fé possibilita ao ser humano a realização de obras impossíveis, isto é, obras próprias de Deus.

Feito essa recordação, sigamos para os textos da Celebração de hoje, encerrando esse ciclo de domingos.

A Palavra de Deus que encerra essa sequência de domingos que refletiu a questão da Fé nos coloca frente a frente com uma questão: Qual é o deus da nossa Fé?   Em quem acreditamos e a quem queremos servir em nossa vida?

Assim, a Primeira Leitura (Js 24, 1-2a.15-17.18b) nos apresenta, por um lado, o cumprimento da Promessa feita aos antepassados - o dom da terra - e, por outro, a necessidade que o líder tem de saber, após a conquista da terra, que Deus o povo deseja continuar servindo.   Responder a tal questão será fundamental para o desenvolvimento de todas as nossas ações pois, deuses diferentes exigem comportamento diferentes, ações diferentes, vida diferente.   É preciso, diz Josué, escolher (somos livres) a qual deus queremos servir: os deuses dos antepassados que os pais serviram na Mesopotâmia; aos deuses dos amorreus (da terra que estão habitando) ou a Javé, o Deus que libertou da escravidão do Egito e conduziu o povo até a Terra Prometida.   Da escolha feita dependerá a condução da vida dali pra frente.   Importante é notar a força de Josué que afirma, em alto e bom som: Quanto a mim, eu e minha casa serviremos ao Senhor!   Essa fala de Josué me parece fundamental para incentivar os seus ouvintes à melhor escolha.   Aqui, o papel importante da liderança que, se for convicta de sua opção influenciará a decisão de seus liderados.   Aqueles que estão sob o nosso domínio e responsabilidade precisam enxergar em sua lideranças a certeza da decisões.   Diante da decisão do Líder Josué, o povo responde: Portanto, nós também serviremos ao Senhor, porque Ele é o nosso Deus!   A Fé exige adesão Àquele que é o objeto de nossa Fé não sendo possível afirmar a Fé em Deus sem fazer aquilo que Ele espera de cada um (a) de nós!   Fé e Adesão caminham juntas!

Essa Leitura de Josué nos prepara para a compreensão do Evangelho (Jo 6, 60-69) - final do capítulo 6 que nos foi apresentado nesses últimos domingos.   Depois da Multiplicação dos Pães, da busca do povo por Jesus para proclamá-Lo Rei, do discurso de Jesus na Sinagoga em Cafarnaum, do cume do discurso - que seria no domingo passado - quando Jesus afirmou que Ele é o Pão da Vida e era preciso comê-Lo para se ter a vida Nele, chegamos ao ponto final do discurso, aonde o Senhor provoca a decisão: seguí-Lo ou abandoná-Lo!   A multidão que O seguia e queria fazê-Lo Rei, diante da fala de Jesus, afirma: Essa Palavra é dura demais. Quem poderá ouvi-La?   Diante da dureza da Palavra, que exigia adesão ao estilo de Vida do Senhor, a multidão se desfaz e muitos dos que andavam com Ele, O abandonaram!   A dureza da Palavra proclamada é aceita, única e exclusivamente, por aqueles que aderem ao Pai pois tal adesão é também um Dom.   Pensar em aderir ao Senhor pela força da carne, é ilusão: ninguém pode vir a mim a não ser que lhe seja concedido pelo Pai!   Jesus, vendo que muitos O abandonaram, pergunta aos doze: Vós também vos quereis ir embora?   Aqui, a resposta de Simão Pedro - líder do grupo - demonstra que Fé é decisão que gera adesão ao Senhor: A quem iremos, Senhor? Tu tens Palavras de Vida Eterna!   Nós cremos firmemente e reconhecemos que Tu és o Santo de Deus!   Essa certeza, essa Fé é que produz a adesão ao Senhor apesar das dificuldades que tal adesão irá trazer.

Por fim, vemos o Apóstolo Paulo na Segunda Leitura (Ef 5, 21-32) nos apresentando o que se espera daqueles (as) que temem o Senhor: Solicitude uns para com os outros!   Acreditar em Jesus e aderir à sua vida é tornar-se capaz de servir os irmãos e irmãs.   Utilizando o exemplo das relações familiares, o Apóstolo nos apresenta o ideal de vida na Fé nesse Deus que se revela na Sagrada Escritura.

Que a Celebração desse Domingo nos aumente a Fé e, que a Fé aumentada nos capacite para realizar as obras de Deus em nosso meio!   Assim seja!

Boa celebração para todos (as)!

Nenhum comentário:

Postar um comentário