Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!
Estamos iniciando, neste dia, os finais de semana deste mês de agosto que, para a Igreja no Brasil é marcado pela questão vocacional. Dessa forma, o estudo da Palavra de Deus deverá ser acrescido desse aspecto e, somado ao convite à Santidade (próprio do tempo comum), perceberemos o nosso Deus como Aquele que, mesmo podendo fazer tudo sozinho, não quis que fosse assim e, por isso, quer contar com cada um (a) de nós.
Dando continuidade à reflexão do domingo passado, avançamos e, a Palavra de Deus de hoje nos interpela sobre os reais motivos que nos levaram para perto Dele. O que estaria por trás da nossa busca por Deus? Por que queremos ter com Ele um Encontro Pessoal? O que nos motiva nessa busca? O que pretendemos com a Experiência que fazemos com Deus? E, assim por diante!
Domingo passado compreendemos que, pela Fé somos convidados a SER e a FAZER o que Deus É e FAZ. O milagre da Multiplicação dos Pães (I Leitura e Evangelho) foi a resposta de Deus às ações dos homens. Hoje, somos convidados a nos questionar sobre os reais motivos que nos impulsionam ao Encontro e à Busca de Deus. Compreendê-Lo como uma espécie de fazedor de milagre poderá nos levar ao seu encontro com motivações não muito agradáveis aos seus olhos!
A Primeira Leitura (Ex 16, 2-4.12-15) nos apresenta uma das grandes necessidades que o povo de Deus enfrentou na travessia do Deserto: a FOME! Sabemos que quando a necessidade se apresenta, a nossa tendência é abandonar o caminho que nos é proposto por Deus. Não conseguimos compreender que, nesses momentos, a nossa FÉ é experimentada e, Deus perceberá se a mesma é ou não verdadeira. Javé, que havia visto a miséria do povo, ouvido o seu clamor, se compadecido da situação e descido para LIBERTAR é agora visto como uma espécie de "deus menor, mesquinho, que tirou do Egito para matar no Deserto". O povo comete um pecado gravíssimo pois, além de desprezar o dom de Javé ainda o acusa de ser pior do que os ídolos do Egito: Quem dera que tivéssemos morrido pela mão do Senhor no Egito, QUANDO NOS SENTÁVAMOS JUNTO ÀS PANELAS DE CARNE E COMÍAMOS PÃO COM FARTURA. Aqui, entendemos como a necessidade pode cegar aqueles e aquelas que estão no caminho do Senhor e, pode fazer o povo "se enganar" e dizer mentiras contra Deus. O povo, diante da necessidade, prefere o Egito aonde a escravidão e a fome eram suas marcas. Pensam que Deus é pior que o Faraó que escravizava e matava. O povo quer voltar. Nós, também, somos assim: às vezes achamos que melhor era a época em que não estávamos comprometidos com Deus!
Porém, Deus é Aquele que mostra que não é igual ao povo e, à reclamação do mesmo, responde com o milagre do Maná. É preciso compreender o Maná como elemento pedagógico na longa caminhada do deserto: o povo precisa aprender a viver cada dia de uma vez e se livrar do espírito acumulativo do Egito: cada um deve apanhar o suficiente para o dia = 4 litros e meio de maná = quem pega a mais, percebe que o maná apodrece e , quem pega de menos, não passa fome! Este alimento misterioso, Deus concede aos seus para que alimentados com o "pão do céu = maná", os mesmos caminhem e cheguem à Terra Prometida, onde corre leite e mel.
Essa Primeira Leitura (assim como domingo passado) serve como pano de fundo para a compreensão do Evangelho de hoje (Jo 6, 24-35). Domingo passado, o texto evangélico terminava afirmando que o povo saciado em sua fome pela multiplicação dos pães quis fazer de Jesus o seu rei. Jesus, porém, quando percebeu tal situação, se afastou e foi sozinho para o outro lado. Jesus percebe que o povo só quer fazê-Lo rei por ter visto o milagre e, imaginava que poderia ter Nele, alguém capaz de satisfazer todas as suas necessidades sem o compromisso de vida com Ele (Jesus).
O Povo saciado de sua fome vai atrás de Jesus e, ao encontrá-Lo em Cafarnaum O interroga sobre o quando chegara por ali. A resposta de Jesus faz pensar que houve a percepção de que o povo não O buscou por aquilo que Ele é (Filho de Deus) mas por aquilo que Ele fez (multiplicou os pães e saciou a fome do povo): vocês me procuram não por terem visto sinais mas terem comido pão e ficado satisfeitos! Jesus não quer ser buscado por conta do pão que perece mas por aquele que dura pra vida eterna. Este Alimento é a realização da vontade do Pai e, esta é, por sua vez, o espírito de Partilha que semana passada começamos a vislumbrar. O milagre acontece quando estamos dispostos a fazer o que pudermos: a fome só acabará quando TODOS aprenderem o significado do gesto de Jesus ao Multiplicar os Pães. Moisés não ofereceu o Pão do Céu mas é o Pai quem dá o Pão do Céu e, Este, é Aquele que desce do Céu e dá a vida ao mundo. O povo (assim como a samaritana do capítulo 4) pede que o Senhor lhe ofereça sempre desse Pão e, Jesus afirma que Ele é o Pão da Vida e quem for a Ele não terá fome nem sede!
Ora, alimentar-se desse Pão do Céu é o caminho para ser o Homem Novo que o apóstolo Paulo fala na Segunda Leitura de hoje (Ef 4, 17.20-24): é preciso renunciar ao homem velho e abrir-se ao Homem Novo criado à imagem e semelhança de Deus, em verdadeira Justiça e Santidade!
Que a Celebração deste domingo nos ajude a crescer na Fé e, crescendo na Fé, façamos o que Deus espera de cada um (a) de nós! Assim seja!
Boa Celebração para todos(as)!
P.S.: rezem, nesta primeira semana de Agosto, pelo surgimento, perseverança e santificação das Vocações Sacerdotais.
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