Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!
Celebramos, hoje, com toda a Igreja, o XVIII Domingo do Tempo Comum e abrimos, com a Igreja no Brasil, os finais de semana deste Mês de Agosto em que nossas Comunidades são convidadas a olhar com um olhar especial a Questão Vocacional. A Palavra de Deus durante esse Mês deverá ser refletida a partir da compreensão de que somos chamados por Ele a colaborar com nossas vidas na construção de um mundo novo!
A Palavra de Deus que nos é proposta hoje nos coloca diante de uma grande questão: O que, de fato, importa em nossa Vida? Partindo dessa pergunta olhemos os textos propostos para nossa Celebração!
A Primeira Leitura (Ecl 1, 2; 2, 21-23) é um texto bem curto mas cheio de significado e com uma lição de extrema importância, sobretudo para os nossos dias em que os homens e mulheres se perdem num caos pela busca de suas satisfações pela conquista, pura e simples do dinheiro e dos benefícios que o mesmo pode proporcionar. Me parece que tal situação não é nova pois o autor do Eclesiastes, já no III Séc. a.C. já alertava para tal situação. Num contexto de expansão da Cultura Helênica (Grega) que valorizava o mais o TER em detrimento do SER, o autor sagrado alerta os seus para esse grande erro: a ilusão de colocar toda a confiança e esperança nas coisas, no ter ... perdendo de vista o que de fato conta e o que é eterno. Afirma o texto: VAIDADE DAS VAIDADES! TUDO É VAIDADE! Vivemos num mundo marcada pela coisas efêmeras, passageiras e, portanto, deixar-se prender por tais situações é, na verdade, uma ilusão pois TUDO PASSA! Perder-se na luta pelo TER CADA VEZ MAIS é uma bela ilusão: no final a pessoa se vê obrigada a deixar tudo o que acumulou para outros que, em muitos casos, nada fizeram para merecer! ISSO É UMA GRANDE VAIDADE! A luta incessante pelo TER, por ACUMULAR BENS só promove o desassossego e nem de noite o nosso coração conseguirá descansar, repousar em paz e, também isso é VAIDADE!
Que lição maravilhosa o texto do Eclesiastes nos oferece hoje e nos prepara para a GRANDE LIÇÃO do Evangelho (Lc 12, 13-21).
O texto evangélico começa revelando o que o acúmulo das riquezas produz: brigas, divisões e discórdias entre os herdeiros! Alguém, se sentindo injustiçado pede ao Senhor que mande o Irmão repartir a herança com ele! A posse e o apego aos bens deste mundo (Vaidade das Vaidades) promove essas situações. Jesus, por outro lado, demonstra que não veio a esse mundo para se ocupar dessas coisas próprias daqui mas para apontar um caminho novo que conduzirá o ser humano de volta para o Pai do Céu: Jesus não está encarregado de julgar e dividir os bens deste mundo! Mas, a situação oferece a Jesus oportunidade para refletir com os presentes aquela situação e demonstrar o que, de fato, deve ocupar a nossa vida enquanto estamos aqui neste mundo. É preciso atenção pois por mais bens que alguém possua, a sua vida não consiste na abundância das coisas! A seguir, para confirmar sua sentença, conta uma parábola, rica de sentido para todos (as) nós: o acúmulo de bens não garante uma vida plena, boa, sem contrariedades pois a VIDA É DOM DE DEUS E PERTENCE A ELE E QUANDO ELE ASSIM O DESEJAR, A RETOMARÁ! Diante da certeza da morte, de que valem os bens que ficarão neste mundo pois somente aqui podem estar? O que levaremos conosco para a eternidade? Responder a tais questões será fundamental para darmos aos bens deste mundo o seu real valor!
É por isso que o Apóstolo Paulo, na Segunda Leitura de hoje (Cl 3, 1-5.9-11) nos alerta: se ressuscitamos com Cristo deveremos nos ESFORÇAR PARA BUSCAR AS COISAS DO ALTO ONDE ELE ESTÁ SENTADO À DIREITA DO PAI! O que é da terra perdeu o sentido e valor para os crentes!
Peçamos a Deus que nos ajude na compreensão do que é verdadeiramente valoroso e nos ajude a fazer escolhas acertadas, lidando com perfeição com os bens deste mundo! Assim seja!
Boa Celebração para todos (as)!
Pe. Ezaques Tavares
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