quarta-feira, 2 de março de 2011

IX Domingo do Tempo Comum - 06 de Março de 2011

Amados Irmãos e Irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria, nos reunimos com a Igreja, para celebrar o IX Domingo do Tempo Comum e, continuaremos a nossa reflexão tendo, como pano de fundo, as palavras pronunciadas por Jesus no Grande Sermão da Montanha de São Mateus (Mt 5-7).

Nos últimos domingos, a leitura do Evangelho da Santa Missa tem nos proporcionado a oportunidade de aprofundar partes deste grande discurso feito por Jesus e, fomos aprendendo, passo a passo  que, existe entre o Deus que Jesus Cristo está nos apresentando e, as Estruturas do Mundo em que vivemos (com seus ídolos fabricados para sua auto-satisfação), uma oposição.   É preciso saber que, entre o Deus de Jesus Cristo e o Mundo, não existem diferenças puras e simples mas, sim, oposição: o que um quer, o outro não aceita; as ordens de um são contrárias às ordens do outro; suas propostas são, diametralemnte, opostas e contrárias.   Assim, desde o IV Domingo do Tempo Comum, fomos conduzidos para esta compreensão.

Começamos com a exposição de Jesus a respeito das pessoas que, aos olhos de Deus, são felizes (=bem-aventuradas), descobrindo que todas as categorias utilizadas por Jesus nos coloca em xeque frente ao Mundo (pobres, injustiçados, misericordiosos, mansos, perseguidos, caluniados, puros de coração...).  

Depois, Jesus começou a pedir de nós (seus seguidores) que nos tornemos sal da terra e luz do mundo, marcando a nossa diferença e o nosso espaço de crentes e, revelando com a nossa vida, o Deus que Ele (Jesus) está nos apresentando.   Deixar a Luz de Deus brilhar em nós, de modo que o Mundo veja as nossas boas obras e creia também no Pai do Céu e, contagiar o Mundo com o Gosto e a Claridade que procedem de Dele, serão partes integrantes da nossa Missão.

Caminhando mais um pouco, acompanhamos Jesus na série de antíteses do Sermão da Montanha (VI  E  VII  Domingos do Tempo Comum), aonde o objetivo foi nos fazer perceber que, para sermos Filhos e Filhas de Deus é preciso ser e fazer um pouco mais do que aquilo que é consenso, aceitável ou imposto pelo mundo como normas de boa conduta ou de prática de justiça.   Nós, os crentes, temos que estar à frente das leis que regem o Mundo.   Daí, o "ouvistes o que foi dito aos antigos ... " (não matar, não adulterar, não se divorciar, não jurar, dente por dente ... olho por olho, ame o amigo mas odeie o inimigo) em oposição ao "Eu, porém, Vos digo..." (não chame o irmão de "tolo", de "patife", não desejes outra mulher, não se divorcie, não jere de modo algum, não resista ao mal e ame o seu inimigo).   É preciso, para ser de Deus, ir além da letra da Lei e, entender, o Espírito, o que está por trás, o sentido que Deus tinha ao dar tal Lei.

Quando optamos por Deus e seguimos os seus preceitos, temos a certeza de sua presença em nossas vidas, ajundando-nos a ir além daquilo que, humanamente, podemos fazer (VIII Domingo Comum).   Não devemos nos inquietar e nos preocupar com nada pois Deus cuida e vela por cada um de nós.   A opção por Ele, exige a renúncia de todos os demais "deuses" (= ídolos) que se apresentam a nós cada dia, tentando nos seduzir.

Continuando nesta linha de reflexão, chegamos, hoje (IX Domingo do Tempo Comum) ao fim do Sermão da Montanha que nos acompanhou nestes domingos (desde o IV).   

Aqui, o Senhor nos revela uma grande verdade do Cristianismo: Somos uma Religião Prática e, não, Teórica!   Para nós Cristãos, a Teoria só tem um valor: Iluminar a nossa Prática!    Ter ouvido o Sermão da Montanha mas não lutar por viver a sua mensagem no concreto de nossas vidas, terá sido uma enorme "perda de tempo" pois, o Senhor nos revela nesta parte final de seu discurso que não será isso que nos salvará.   É preciso, agora, transformar a Palavra escutada em Palavra vivida na nossa realidade, no nosso cotidiano.   Repetir o que se escutou, pura e simplesmente, não adianta.   Importante é que estejamos dispostos "a por em prática tudo que escutamos".   

Para Jesus, o que salva não é a palavra repetida (pois palavras soltas, o vento leva).   Para ser um fiel, é preciso "fazer o que a Palavra diz".   Quando fazemos o que ouvimos da boca do Senhor, estamos contruindo a casa de nossas vidas sobre a Rocha Inabalável que é Ele mesmo e, podemos, como vimos semana passada, contar com todo o seu apoio e proteção.   Ignorar o que Ele diz é se comportar como um "tolo" que trabalha em vão pois, constrói a casa de sua vida sobre o vazio, sobre a ilusão ... que não lhe darão sustentação na hora em que mais precisar.   Poderemos falar bonito (e, quem sabe, até convencer multidões no nome Dele), será tudo em vão pois não servirá para alcançarmos a nossa salvação final.   Seguir o Senhor, pondo em prática o que Dele escutamos nos dá a garantia de não sucumbirmos diante das adversidades da vida.   Ele é o nosso apoio, o nosso alicerce, a nossa força, a nossa rocha ... sustendando-nos na hora do perigo. 

É, exatamente, na hora do perigo e das dificuldades que a Força de Deus se mostra presente na vida do fiel, na vida do crente verdadeiro.   A princípio, tanto o crente como o não crente possuem vidas semelhantes, parecidas pois a parte da casa que salta aos olhos de todos é, de fato, semelhante.   A grande diferença entre as casas, nem sempre, é visível pois está escondida, debaixo da terra: é o seu alicerce!   Este alicerce mostra a sua força ou a sua fraqueza nas horas complicadas e difíceis (ventos, enchentes, tempestades).   A casa com alicerce seguro, sobre a rocha, não cai, resiste às adversidades se mantendo em pé, já a sem alicerce, diz Jesus, é devastada e a sua ruína é completa.

É por isso, que na primeira leitura de hoje, Moisés orienta o povo para trazer sempre presente as Palavras da Lei (no coração e na alma), penduradas nas mãos (para guiar as ações da vida cotidiana) e amarradas na testa (para orientar os pensamentos).  

Diante de nós, a vida se apresenta com sua vairedade de possibilidades e caminhos.   Somos livres para escolher o que melhor nos parecer.   Porém, feita nossa escolha, teremos que ter maturidade o suficiente para arcarmos com as consequências.   Bênção e Maldição são consequências da nossa escolha!   Pense nisso!

OREMOS:

Deus Amado, Deus Querido!   Neste dia queremos Vos louvar, Vos bendizer e Vos agradecer por terdes nos criado livres e, também, por nos apresentar, com Sua Palavra, o que de fato, esperais de nós.   Vos louvamos por Vos colocardes como nossa Rocha Firme, como Fonte de Bênçãos para nossas vidas e, Vos suplicamos que o Vosso Santo Espírito venha sobre todos nós, nos auxiliando na prática de tudo que Vossa Palavra nos falou.   Pedimos tudo isso a Vós, ó Pai, pelos merecimentos de Vosso Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, que Convosco vive e reina, na Unidade do Espírito Santo!   Amém!

Textos para aprofundamento: Dt 11, 18.26-28.32; Sl 30 e Mt 7, 21-27   

   

2 comentários:

  1. Padre Ezaques,O brigada por este momento de ensinamento. Gostaria de deixar aqui o meu entendimento sob o evangelio (Mt 7, 21-27).

    Ainda quando fizessemos milagres, se nao comprirmos a vontade de Deus, nao seremos dignos do céu.
    A vida crista tem por base os mandamentos da lei de Deus e da igreja, e os deveres do proprio estado. De outro modo será como uma casa sem alicerces, votada a ruina inevitavél. Visiste cada um no retiro e no recolhimento, a casa de sua alma e verefique se ela é bastante solida para resistir as tempestades. Se nao, é ainda tempo de reedificar-la e de lhe fortalecer os alicerces. A pedra é Jesus e a sua igreja.
    A Fé, a esperança, a caridade e obediencia aos mandamentos, a penitencia, motificação são os materias dos fundamentos da virtude crista.
    Atenciosamente:
    Iza

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  2. É exatamente isso. Espero que continue nos acompanhando e dando as suas opiniões que são super importantes. Obrigado!

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