sábado, 2 de fevereiro de 2013

"IV Domingo do Tempo Comum: Assumir a Vocação Profética é arriscar a própria Vida!" - 03 de Fevereiro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos, hoje, o IV Domingo do Tempo Comum e, dando sequência à Palavra de Deus que nesses primeiros domingos nos apresenta, de forma muito clara, os mistérios da Vocação Humana, refletiremos sobre o aspecto profético dessa Vocação e os riscos que tal aspecto comporta.

Fazendo uma retrospectiva da nossa caminhada até aqui perceberemos que, no I Domingo - que foi substituído pela Festa do Batismo do Senhor - já nos foi revelada as dificuldades que o ser batizado nos apresenta e a missão complicada que o Batizado deve assumir no mundo; no II Domingo, Jesus nos foi apresentado como o doador do Vinho Novo e para recebê-Lo é preciso se renovar, tornar-se Novo (a) deixando para trás tudo o que é velho, isto é, o nosso pecado; no III Domingo, a Palavra nos apresentou a Sua própria Força por ser Palavra de Deus: Ela liberta os cativos, anuncia aos pobres a alegria e a chegada do Ano da Graça do Senhor a partir de Jesus.

Hoje, a Palavra vem nos auxiliar na compreensão de que aqueles (as) que desejam participar da Novidade de Deus deverão assumir a Missão Profética.   Mas, quem é o Profeta e o que ele faz?   Que consequências há na vida de quem assume tal missão?

Assim, a Primeira Leitura (Jr 1, 4-5.17-19) nos apresenta um panorama: o profeta é alguém escolhido por Deus antes da própria concepção.   A vocação profética é Dom de Deus pois é Ele quem escolhe e designa para tal função.   O profeta é alguém que deve estar apostos para o cumprimento da missão: levanta-te e põe o cinto.   Sua missão é falar em nome do Senhor e, somente o que o Senhor lhe mandar dizer, sem nada acrescentar e sem nada retirar da Palavra pois a fidelidade à mesma lhe garantirá a vitória na empreitada apesar das dificuldades, problemas, transtornos, perseguições que enfrentará.   Todos esses problemas vem do fato de falar em nome de Deus para Grupos que não estão dispostos a escutar mas que possuem o poder: político, religioso e econômico!   Gente poderosa que não deixará barata a vida desse que se torna um incômodo para os seus projetos!   Porém, o Senhor estará com ele e o fará cidade fortificada, coluna de ferro, muro de bronze contra todo o mundo (reis de Judá e seus príncipes, sacerdotes e povo da terra = Políticos, Religiosos e Ricos Proprietários de Terra).

Jesus, no Evangelho de hoje (Lc 4, 21-30) - sequência do Evangelho de Domingo passado - nos apresenta a confirmação da profecia da Primeira Leitura: sofre, na pele, as consequências de se posicionar como alguém que veio cumprir a Palavra: Hoje, se realizou esta passagem da Escritura que vós acabastes de ouvir! - afirmou!   E, a passagem não foi agradável para os grandes, lembram-se? O Espírito do Senhor está sobre mim e Ele me ungiu com a unção para anunciar a boa nova aos POBRES, libertar os cativos, anunciar aos oprimidos a alegria e a chegada do Ano da Graça do Senhor!   Tais palavras são uma afronta para os detentores do poder que gera os pobres, presos, oprimidos.   Os ouvintes não acreditam pois Jesus é um deles: Não é ele o filho de José? Perguntam!   Aqui, a dificuldade que o povo tem de acreditar em alguém que se faz igual, que é conhecido pois os de fora são melhores.   As pessoas querem sinais extraordinários para crerem e aceitarem tal cumprimento da Palavra na Pessoa de Jesus: Pobre como eles!   

A resposta de Jesus é uma afronta aos presentes pois retomando a história da Salvação, faz com que os ouvintes percebam que estão repetindo os mesmos erros do passado e, por conta disso, receberão as mesmas consequências: a falta de fé nos Profetas do Passado (Elias e Elizeu) fez com pagãos fossem agraciados e os membros do "Povo de Deus" ficassem de fora: a viúva de Sarepta = I Rs 17 e o Sírio Naamã = II Rs 15.   A Verdade e a força da Palavra que anuncia a Vontade de Deus mas, ao mesmo tempo, denuncia os pecados do Povo, gera revolta, raiva e o desejo de matar, eliminar Aquele que fala: tentaram levá-Lo ao alto do monte para atirá-Lo no precipício!   Mas, Deus (o Pai) estava com Ele e, como não havia chegado a Sua hora, passando no meio de todos seguiu o seu caminho!

Na Segunda Leitura (I Cor 12, 31-13, 13) nos mostra o Apóstolo Paulo apresentando o caminho mais perfeito de cumprimento da Vontade do Pai: O Amor-Caridade!   Tudo que fazemos, aos olhos de Deus só terá valor se for motivado por este DOM MAIOR!

Que a Celebração da Eucaristia nos ajude a cumprir a nossa Missão Profética no mundo que vivemos e, fortalecidos (as) pela Palavra não desistamos diante das dificuldades!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

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