quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

"V Domingo do Tempo Comum: Fazendo a Experiência com Deus e tornando-se Missionário do Pai!"

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus! 

Celebramos, hoje, o V Domingo do Tempo Comum e, buscando alcançar o principal objetivo desse Tempo Litúrgico, acolhemos a Palavra de Deus em nossas vidas para que Ele nos aponte como ser santos e santas como nosso Pai do Céu é Santo!   Vivemos esse período da Vida da Igreja abertos à Palavra e deixando que a mesma nos aponte caminhos, nos dê pistas e luzes para sermos, cada vez mais, sinais vivos de Deus em nosso dia a dia, em nosso cotidiano, em nosso Tempo Comum.   Realizar as nossas atividades corriqueiras do modo como o nosso Deus pensou é o caminho seguro de se alcançar a Santidade.

Nesse sentido, a Palavra de Deus da Liturgia de hoje nos oferece a oportunidade de refletir sobre o aspecto missionário que está em nosso DNA de Cristão: não é possível se declarar Cristão (ã) sem assumir a Missão de levar a todos (as) o que experimentamos de Deus em nossa vida.   A Missão não é um acessório na Vida Cristã mas, ao contrário, é parte integrante na vida de todo (a) aquele (a) que, pelo Batismo, se tornou filho (a) de Deus.

A Primeira Leitura (Is 6, 1-2a.3-8) nos apresenta a experiência que o Profeta fez da Santidade de Deus e, o chamado irresistível do Senhor em sua vida.   Num primeiro momento, nos é descrito a visão que Isaías tem de Deus: Deus está sentado num trono e, o seu manto se estendia pelo Templo e, os serafins exclamavam que Javé é SANTO, SANTO, SANTO!   Essas figuras utilizadas no texto querem mostrar a grandeza da experiência que Isaías fez e, o seu reconhecimento da imensa majestade e santidade divinas.   Ele (Javé) não é somente Santo mas, SANTO, SANTO, SANTO;  Ele é três vezes SANTO; Ele é a SANTIDADE por excelência; Ele é a FONTE DA SANTIDADE e, dessa forma, o ser humano só se torna Santo se for capaz de se aproximar, de fazer uma experiência verdadeira com Este que é a FONTE e a ORIGEM DA SANTIDADE.

Ora, fazer tal experiência da grandeza, majestade e santidade divinas, faz com o ser humano compreenda a sua pequenez: Ai de mim, estou perdido! Sou apenas um homem de lábios impuros, mas eu vi com meus olhos o rei, o Senhor dos exércitos!   Muitas vezes - para não dizer, sempre - tal experiência pode conduzir o ser humano ao desânimo e a imaginar que não poderá realizar NADA que possa auxiliar na construção de um Mundo Novo pois se sente incapaz para assumir qualquer Missão.   Porém, a Palavra nos revela que não é assim: o ser humano deverá compreender que a ele (ser humano) caberá, tão somente, dizer "SIM" e o resto Deus fará.   Deus não escolhe porque somos capazes mas, ao contrário: Ele nos escolhe em nossa incapacidade para que os méritos do sucesso da Missão seja Dele e, nunca, nosso!   Lembre-se:  "Somos servos inúteis e não fizemos mais que nossa obrigação!"   É isso que o texto nos revela pois, tão logo Isaías se sente perdido, um anjo voa e com uma tenaz retira uma brasa do Altar e toca os lábios do mesmo e, de agora em diante, os seus lábios ficam purificados e, dessa forma poderá se dispor a ir e anunciar a Palavra de Deus a todos os seus irmãos (ãs).

Percebemos que o Senhor se apresenta como Aquele que é capaz de tornar capaz todo aquele que se sente incapacitado para a Missão: Assim que isso tocou os seus lábios, desapareceu tua culpa e teu pecado está perdoado!   Ora, dessa forma, Isaías se sente pronto para assumir a sua Vocação, o seu Chamado para a Missão: Quem enviarei? Quem irá por nós? Perguntou o Senhor!   E, respondeu Isaías:  Aqui estou! Envia-me!

Que belo texto vocacional e como nos faz compreender o poder de nosso Deus que, não somente nos Chama mas, nos capacita para que o sucesso da Missão esteja garantido!   Tal texto nos prepara para compreender o Evangelho que segue a mesma linha.

No Evangelho de hoje (Lc 5, 1-11) vemos Jesus que continua a sua Missão de Ensinar as multidões e, dessa vez escolhe a Barca de Pedro para fazer o seu anúncio.   Terminado o ensinamento pede para que Simão vire a Barca e se dirija para águas mais profundas!   Essa Barca é símbolo da Igreja e, somente Dela sai a Palavra de Deus.   O Objetivo dessa Barca não é ficar, somente, nas Margens mas, por ordem do próprio Senhor - que guia e orienta a Mesma -, Ela precisa de "aventurar" em águas mais profundas e lançar as redes para a pesca!   Ora, no início do texto, o autor sagrado havia falado que os pescadores já haviam buscado peixes a noite toda e, mais adiante dirá que nada conseguiram apanhar.   Mas, a ordem de Jesus é enfática e, Simão atende: Mestre, nós trabalhamos a noite toda e nada pescamos.   Mas, em atenção à Tua Palavra, vou lançar as redes!   Que belo gesto de confiança esse de Simão... Lembremos que o Pescador descolado era Simão e não Jesus (que era Filho do Carpinteiro - vide domingo passado).   Para surpresa de todos, apesar da hora imprópria, apanharam grande quantidade de peixes que as redes quase se rompiam e, precisaram chamar outros companheiros da margem para ajudar!   Que bela lição: quando fazemos o nosso trabalho em nome do Senhor, em atenção à Sua Palavra, não há como dar errado pois a Palavra de Deus vem com a Sua Autoridade e realiza aquilo que diz!

A realização da Palavra faz Simão perceber que Aquele que falara é Deus e, assim como Isaías na Primeira Leitura, reconhece a sua pequenez: Senhor, afasta-Te de mim, porque sou um pecador!   E, da mesma forma que Javé, Jesus comunica que daquele momento em diante, Simão seria pescador de homens.   E, a partir daquele momento, deixaram TUDO E SEGUIRAM A JESUS!

Mais uma vez percebemos a importância da experiência que se faz com Deus e a entrega de nossas vidas em suas mãos.   O resto, Deus fará!

Na Segunda Leitura (I Cor 15, 1-11) temos o Apóstolo Paulo revelando que ele, também, foi apanhado pela graça de Deus que o fez o que se tornou, sem merecimento de sua parte!

Que Deus no ajude em nossa Missão e que, na confiança possamos cumpri-la da melhor forma.   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares


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