Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!
Estamos iniciando, com a Igreja, um novo Tempo Litúrgico: a Quaresma. Neste Tempo somos convidados a refletir, com maior intensidade, sobre o modo como cada um (a) de nós vem conduzindo a própria vida. É nesse Tempo que, de uma forma muito especial, somos convidados (as) a confrontar a maneira como estamos vivendo com a Palavra de Deus, de modo a perceber quais são os pontos que estão em desacordo com esta mesma Palavra. Portanto, estamos iniciando uma época forte de reflexão sobre a nossa caminhada de fé buscando melhorá-la.
Começamos esse Tempo Quaresmal com a Celebração das Cinzas e, bíblica e liturgicamente, as Cinzas são um sinal externo do desejo humano de Conversão e Mudança de Vida. A recepção das Cinzas nesse dia inaugural da Quaresma tem, também, esse sentido de Convite à Conversão.
Em primeiro lugar, receber as Cinzas quer recordar a cada um (a) de nós, o nosso real valor: somos pó (cinzas) e ao pó vamos voltar e, em segundo lugar, consequência do aspecto primeiro, é se somos pó (cinzas) e ao pó vamos voltar é importante que lutemos para reduzir à pó (cinzas) tudo aquilo que nos faz pensar que somos mais do que realmente somos, ou seja, pó (cinzas). Nesse dia, a Igreja dá o tom de todo esse Tempo Litúrgico: durante 40 dias seremos convidados (as) a experimentar o imenso Amor de Deus que nos convida a voltarmos para Ele de TODO CORAÇÃO! A Palavra de Deus de hoje nos oferece as pistas que nortearão toda a nossa caminhada quaresmal.
A Primeira Leitura (Jl 2, 12-18) nos apresenta o profeta, falando em nome de Deus, convidando o povo a voltar-se para Deus porém esse voltar-se para Deus deverá ser com verdade, de coração e, não somente, na aparência: Agora, portanto, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração [...]; rasgai o coração e não as vestes. É este voltar-se para Deus com o Coração que nos proporcionará a compreensão de que Ele é benigno, compassivo, paciente e cheio de misericórdia. Todo o povo precisa ser reunido em assembleia para implorar o perdão de Deus para os seus pecados. Os sacerdotes, em nome do povo, pedirão o perdão: Perdoa, Senhor, a teu povo, e não deixes que a tua herança sofra infâmia e que as nações a dominem! Aqui, nessa leitura, percebemos que para que o Senhor se manifeste misericordiosamente é necessário que o Povo se apresente diante Dele e demonstre o seu desejo de mudança, sinal de aceitação do Perdão que o Senhor deseja oferecer. A Quaresma é o Tempo em que seremos convidados (as) a demonstrar para o Senhor este desejo.
No Evangelho (Mt 6, 1-6.16-18) vemos o Senhor Jesus, logo de cara, alertando os ouvintes do Sermão da Montanha, sobre a hipocrisia daqueles que fazem o bem somente para serem vistos pelos outros: o reconhecimento, os aplausos que receberão dos demais já serão a maior recompensa! Deus, fonte e origem de todo o bem, oferece recompensa para as ações que se realizam em segredo, somente para Ele. Em seguida, nos apresenta o tripé sobre o qual a nossa caminhada quaresmal deverá se equilibrar: a esmola, a oração e o jejum. Essas práticas devem ser realizadas em segredo e o Pai que vê o escondido oferecerá a recompensa. Nunca deveremos utilizar as orientações que o Senhor nos oferece para benefício próprio no sentido de nos posicionarmos acima dos outros.
Por fim, a Segunda Leitura (2 Cor 5, 20-6, 2) nos apresenta o Apóstolo Paulo nos revelando o que somos aqui neste mundo: Embaixadores de Cristo e, portanto, o próprio Deus deverá ser e fazer em nós e por meio de nós, no mundo que nos cerca. Como embaixador, o Apóstolo nos exorta à reconciliação com Deus e a não recebermos em vão a Graça pois é agora o Tempo Favorável, é agora o Dia da Salvação!
Que Deus nos auxilie com sua Bênção e sua Graça para que possamos viver este Tempo Litúrgico como um momento favorável de Conversão, de Mudança de vida, de Voltar-se para o Senhor!
Boa Celebração para todos (as)!
Pe. Ezaques Tavares
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