terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

"III Domingo da Quaresma: A Salvação como resultado do Dom de Deus e do Esforço do Homem e da Mulher!"

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Estamos chegando à metade de nossa Caminhada Quaresmal e, neste Domingo, a Palavra de Deus nos revela que a Salvação é sempre uma iniciativa divina mas, em contrapartida, não exime o ser humano de suas responsabilidades.   Na verdade, o milagre da Salvação se dá quando à graça divina se soma o esforço dos seres humanos.   Dessa forma, poderíamos afirmar: a vontade humana é a única capaz de promover a Salvação mas, ao mesmo tempo, a Perdição do próprio ser humano.

Depois de termos caminhado por duas semanas e, assimilado pontos importantes à respeito da Fé (I Semana) e da Aliança (II Semana), chegamos à III Semana e, aqui, somos convidados (as) a refletir sobre esse Dom da Salvação: O que é Salvação?   Quem toma a iniciativa?   Existe algum momento em que não há mais esperança para a Salvação?   O que se deve fazer?   Essas e outras questões, a Palavra de Deus de hoje nos ajudará a responder.

A Primeira Leitura (Ex 3, 1-8a.13-15) nos apresenta a Vocação de Moisés e, alguns pontos são interessantes para nossa reflexão.

Um primeiro ponto importante é o fato de Moisés, naquele dia específico, ter ido um pouco além do lugar que costumava ir cotidianamente: Moisés levou um dia, o rebanho deserto adentro e chegou ao Monte de Deus!   Para se encontrar com Deus é preciso que saiamos de nossos comodismos, ir além é a ordem que se nos apresenta.   Nesse ir além, o homem se depara com uma teofania, isto é, uma manifestação de Deus: Sarça em chama mas sem ser consumida pelas mesmas!   Nesse momento, a curiosidade impulsiona Moisés e, nessa curiosidade é apanhado por Deus que o chama e o pede que tire as sandálias dos pés pois aquele era um local santo.   O Senhor se apresenta como sendo o Deus dos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó e, ligando com a primeira leitura de Domingo passado, Ele é o Deus da Aliança e que veio para cumprir a mesma.    A Aliança feita com Abrão no Domingo passado nos revelou que Deus assumiu o compromisso de fidelidade mesmo sem ter tido a contrapartida do Homem.

A partir daqui, Javé se apresenta como Aquele que viu a aflição do povo, ouviu o clamor e conhece o sofrimento do povo.   Assim, Ele resolveu descer para libertar o povo das mãos dos opressores e conduzi-lo para uma terra boa  e espaçosa, uma terra onde corre leite e mel.   Aqui, os dois sentidos da Salvação: Libertação da Opressão (aspecto negativo) e Condução para Terra onde corre Leite e Mel (aspecto positivo).   Mas, importante perceber: todo esse Processo de Libertação e Condução para a Terra prometida será mediada por Moisés!   Aqui, percebemos que Deus não nos salva sem nossa participação.

Outro aspecto importante do texto de hoje é o Nome de Deus: Eu sou aquele que sou!  ou, simplesmente: Eu sou!   Essa definição do nome de Deus com um Verbo de Ação no presente nos revela, sobretudo que Deus é Aquele que está sempre agindo em favor do seu povo e, é Ele quem faz o povo Ser!   Ele é o mesmo que fez Aliança com os pais e, hoje, continua renovando a Aliança conosco!

A Aliança que Javé faz com o povo não está atrelada, sequer, ao fato de o ser humano ter que ser fiel.   Deus se compromete com o povo mesmo que o mesmo não se comprometa com Ele.   Ora, essa é uma percepção de grande importância para nossa vivência de Fé pois nos apresenta que Deus não olha o mundo com um olhar que divide os seres humanos em dois grupos diferenciados: de um lado, os bons, os fiéis e, de outro, os maus e infiéis.   No Evangelho de hoje (Lc 13, 1-9) temos essa discussão.

Num primeiro momento, Lucas nos apresenta algumas pessoas aproximando de Jesus e trazendo-Lhe notícias sobre alguns fatos ocorridos no passado: Galileus que Pilatos tinha mandado matar e misturado seu sangue com o dos sacrifícios que ofereciam.   Esse fato promoveu uma curiosidade no meio das pessoas: uma morte tão cruel e violenta só pode ter acontecido porque aqueles galileus não eram pessoas boas e, acabaram sendo "castigadas" por Deus com tal desventura.    Jesus, com sua resposta revelará que não é assim pois Deus não é um Deus que castiga mas, ao contrário é o Deus que fez Aliança com o Povo mesmo sabendo que o Povo não Lhe seria fiel.   As calamidades, as desventuras devem ser vistas como sinais: pois se nós não nos convertermos, enquanto temos tempo, poderemos morrer do mesmo modo ou, quem sabe, até de forma pior.

Para mostrar o amor infinito e misericordioso de Deus, a segunda parte do Evangelho nos apresenta a Parábola da Figueira: apesar de não produzir frutos, durante três anos, é mantida no pomar pois, quem sabe, se for melhor cuidada, poderá apresentar os frutos no próximo ano.   Assim é Deus conosco: está sempre nos aguardando, está sempre esperando de nós os frutos e, para que isso aconteça, cuida de nós todos com amor zeloso e infinito!

Aproveitemos a Quaresma para fazer esta experiência com Deus e, deixemo-nos guiar pelo mesmo!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

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