Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!
Com grande alegria chegamos, hoje, ao terceiro e último dia no nosso Tríduo Pascal: a Páscoa da Ressurreição! Nesse último momento somos convidados a refletir sobre o aspecto de Glória, de Vitória, de Ressurreição, de Vida Nova que a Celebração Eucarística nos oferece. Depois de termos refletido sobre os aspectos de Ceia e Banquete (Quinta-feira Santa) e Sacrifício, Sofrimento, Cruz e Morte (Sexta-feira da Paixão), entramos, agora, nessa reta final com a Páscoa da Ressurreição.
A Vigília Pascal é considerada a Mãe de todas as Vigílias e de todas as Celebrações da Igreja no curso do Ano Litúrgico: é nela que renascem toda a Vida da Igreja e, os Símbolos Litúrgicos e a Liturgia da Palavra dessa Noite Santa querem nos revelar a grandeza e a força da nossa Fé.
A Liturgia tem início com a Bênção do Fogo Novo que será utilizado para acender o Círio Pascal: o fogo nos recorda vida e renovação da mesma. Ele é forte, robusto, misterioso e, na Palavra está presente em quase todas as manifestações de Javé no Primeiro Testamento. Ele é abençoado para que sua chama acenda o nosso Círio Pascal, símbolo do Ressuscitado que está presente em nossas Comunidades. O Círio Pascal é preparado antes de ser aceso: tal preparação nos apresenta o Cristo Ressuscitado como o Princípio e o Fim de TUDO, Senhor do Tempo e da História e, mais ainda, nos revela que por seu Sacrifício na Cruz nos protege e guarda até o fim.
Terminada essa parte - que ocorre fora do espaço principal da Celebração, liderados pelo Presidente da Celebração, toda a Comunidade se dirige para a Igreja Principal e, o Círio é apresentado como sendo a Luz de Cristo, ao que a Assembleia responde: Demos graças a Deus! Isso se dá por três vezes ao londo do Caminho: próximo ao Fogo Santo, Porta da Igreja e Presbitério. Chegado ao Presbitério, o Círio é colocado num local preparado para Ele e, em seguida canta-se a Proclamação da Páscoa nos recordando a maravilhosa História da Salvação, da qual passamos a fazer parte. Terminada essa parte, dá-se início à Liturgia da Palavra que é longa por seu uma Vigília (quando criada, era para que a Comunidade pudesse passar a Noite toda celebrando): são sete leituras do Primeiro Testamento, uma de São Paulo e o Evangelho, totalizando nove leituras sendo oito com seus respectivos Salmos de Respostas.
A Liturgia da Palavra tem início com a Leitura do Livro do Gênesis (Gn 1,1 - 2,2) nos recordando a História da Criação, aonde Deus fez tudo bom e por amor e entregou a sua obra nas mãos dos homens, sua principal obra; a Segunda Leitura (Gn 22, 1-18) nos recorda o Sacrifício de Isaac, símbolo do Sacrifício de Jesus e, ao contrário de Jesus, Abraão não sacrifica o próprio filho; a Terceira Leitura (Ex 14, 15 - 15, 1) nos lembra a Travessia da Mar Vermelho aonde Javé salvou o Seu Povo e afogou em suas águas o inimigo: carros, cavalos, soldados e o faraó egípcios.
Na Quarta Leitura (Is 54, 5-14) já nos recorda a História de Infidelidade do Povo e, como consequência do pecado cometido contra Javé, tal Povo perde a Liberdade e, é reconduzido à escravidão: Exílio na Babilônia! Israel é a Esposa Repudiada de Javé: Deus abandona, por um tempo a sua esposa infiel mas, logo, a reconduzirá para junto de Si; na Quinta Leitura (Is 55, 1-11) vemos Javé se recolocando como Deus para o Seu Povo e convidando os Seus Filhos para comer e beber de graça, sem dinheiro e sem pagar pois Ele é generoso no perdão e, sobretudo, tem uma Palavra que não falha e, quando pronunciada, cumpre o que diz; na Sexta Leitura (Br 3, 9-15.32 - 4, 4) vemos o Profeta chamando a atenção do Povo para a sua infidelidade à Palavra e, assim, chama o Povo a viver a Palavra do Senhor pois, somente assim, será capaz de experimentar as delícias de Javé. Aqui, a Palavra nos é apresentada como Fonte de Sabedoria e, na Sétima Leitura (Ez 36, 16-17a.18-28) vemos o Profeta denunciando os pecados do povo e as consequências de tais pecados mas, em contrapartida, o vemos anunciando que Javé está pra realizar uma obra admirável, não por conta do povo mas por conta da fidelidade à Sua própria Palavra: o Povo será reconduzido à sua terra e o próprio Javé os purificará com uma Água Pura e colocará no peito das pessoas um Coração de Carne capaz de Amar e Cumprir os Preceitos Divinos. Essas são as sete leituras do Primeiro Testamento proclamadas nessa Noite Santa.
A Oitava Leitura (Rm 6, 3-11) nos apresenta o Apóstolo Paulo demonstrando que o Batismo nos identifica com Jesus em Sua Morte para com Ele ressuscitarmos para a Vida Nova. Esse Batismo deve produzir em nós o desejo de vivermos tal Vida Nova, não cedendo mais ao pecado que destroi a Graça em nós: o Batismo nos mata para o pecado e nos faz renascer para Deus, em Jesus Cristo.
Toda essa História da Salvação foi produzida em vistas de Jesus, o Cristo e, como consequência de Sua Vida entre nós. No Evangelho da Noite de hoje (Lc 24, 1-12): as mulheres vão ao Túmulo no dia seguinte bem cedo e não encontram o Corpo do Senhor e, homens vestidos de branco anunciam: Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo? Ele NÃO ESTÁ AQUI. RESSUSCITOU! A Igreja existe para, a exemplo da mulheres fazer tal experiência do Túmulo Vazio e, descobrindo que o Senhor está vivo, que Ele ressuscitou dos mortos, sair para proclamar essa Boa Nova para todos. Mesmo que os outros não acreditem (como os Discípulos num primeiro momento), importante é ANUNCIAR!
A nossa Fé nasce dessa experiência de Ressurreição! A Vida Nova de Cristo deve ser o nosso grande marco. É isso que nos fará Sinais de Jesus, o Cristo para o mundo que vivemos!
Que Deus nos ajude, nessa Noite Santa, a experimentar a Vida Nova que Ele, em Jesus, nos oferece e, dessa forma possamos vivê-La plenamente em nosso mundo! Assim seja!
Boa Celebração para todos (as)!
Pe. Ezaques Tavares
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