Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!
Com grande alegria e expectativa nos aproximamos do Natal do Senhor e, nesses últimos momentos, a Liturgia nos apresenta a figura daquela que melhor soube viver a espera do Salvador: Maria de Nazaré. Olhar para Maria, compreendendo a sua caminhada de fé, poderá nos ser de grande valia nesses dias que antecedem a Grande Solenidade do Natal do Senhor. Em Maria, encontramos todos os elementos característicos de uma vida que se pretenda preparada para a Chegada do Salvador e, por isso, ela (Maria) é o modelo, por excelência, nesse Tempo de Advento.
Na Primeira Leitura (Mq 5, 1-4a), nos é apresentada, a principal característica que, aquele (a) que aguarda o Salvador, deve nutrir em sua própria vida: a humildade! O Profeta Miquéias chama a atenção dos seus ouvintes e de cada um (a) de nós para a escolha de Deus: "Tu, Belém de Éfrata, pequenina entre os mil povoados de Judá, de ti há de sair aquele que dominará em Israel..." A expectativa pela vinda do Messias, do Salvador foi colocada num plano mais humano que divino e, por conta disso, havia a ideia de que o Messias deveria nascer em algum ambiente que lhe proporcionasse Poder, Glória, Respeito à moda do mundo. Deus, no entanto, perverte o pensamento humano e, ao contrário do esperado, afirma que Belém de Éfrata, a menor, a pequenina será a escolhida para apresentar ao mundo o Salvador, aquele que dominará Israel. O Autor Sagrado faz alusão a Davi porém, é importante que entendamos que a referência ao mesmo (Davi) se dá, muito mais, no seu aspecto anterior ao Reinado do que ao período em que foi Rei de Israel. Aqui, na Leitura, é a imagem e a lembrança do Davi Pastor de Ovelhas, Pobre, o último dos filhos de Jessé, da última cidade de Judá (sempre, o último) é que ganha importância. Aliás, foi ter sido sempre considerado o último e, portanto, sem importância aos olhos do mundo, que Deus o escolheu para ser Rei de Israel. Deus é assim: escolhe os últimos para confundir os primeiros; escolhe os que não contam, aos olhos do mundo, para confundir esse mesmo mundo que valoriza o outro por aquilo que o outro apresenta de qualidades.
O Profeta Miquéias anuncia que haverá um tempo de silêncio de Deus, de abandono de Deus e, por isso, o Povo não sentirá a sua presença. Porém, tudo isso acabará quando uma mãe der à luz... esse rebento apascentará com a força do Senhor e com a majestade do nome do Senhor seu Deus; os homens viverão em paz ... pois ele mesmo será a Paz!
Que belas e confortantes palavras para o Povo que vivia na expectativa pela ação salvadora e redentora de Deus e, também, para nós que vivemos os últimos dias desse Tempo do Advento... Sentir que Deus não abandonou o seu Povo mas, ao contrário, o visitou e se entregou a Si mesmo por todos (as) nós... Que bela mensagem nessa reta final do Advento...
Ora, sabemos que o tempo de silêncio de Deus durou, mais ou menos, 300 anos. Longo tempo em que o Povo do Primeiro Testamento não sentiu a presença amorosa de Deus agindo em seu favor. As palavras de Miquéias não se cumpriram para aqueles (as) que as ouviram pois, de acordo com a Palavra de Deus, tal profecia se cumpre com a aceitação de Maria para ser a Mãe do Salvador. É ela a mulher que dará à luz àquele que será a Paz para o povo.
O Evangelho (Lc 1, 39-45) está no contexto da Anunciação do Anjo a Maria. Neste relato, Maria fica sabendo que Isabel, a parenta idosa e estéril, havia sido agraciada por Deus com o dom da fecundidade, da maternidade. Sem pestanejar, Maria se põe a caminho, apressadamente, para a casa de Isabel. O Encontro das duas mulheres agraciadas por Deus é a marca do Evangelho e da Liturgia de hoje: o encontro das duas mulheres promove o reconhecimento entre as crianças pois João, o Batista, reconhece a chegada do Messias, Jesus. A alegria de João, que estremece no ventre de Isabel, a faz perceber que aquela que ali chegava não era, somente, a sua prima mas a Mãe do meu Senhor! Quanto graça e alegria: a "maior" visitando a "menor". Outra inversão de valores proposta por Deus aos seus que querem ser fieis à Sua Vontade! O texto evangélico se conclui com a primeira profecia feita por Isabel à respeito de Maria: Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu! Aqui, percebemos que a fé é a condição para que se vejam realizadas as promessas de Deus em favor de seu povo.
Por fim, a Segunda Leitura (Hb 10, 5-10) nos apresenta a importância do Sim de Maria que gerou Jesus, o Cristo Salvador. Jesus, com sua vida de obediência, põe um fim aos sacrifícios e holocaustos do passado que buscavam expiar os pecados do povo. Agora, com seu corpo dado por Deus Pai e gerado no seio da Virgem Maria, Ele expiará os pecados do povo, de uma vez por todas. É Ele quem diz: Eu vim para fazer a Tua vontade! Assim, Ele suprime o primeiro sacrifício, para estabelecer o segundo e, a oferenda de seu corpo, nos santifica para sempre.
Que Deus, em seu infinito Amor, nos ajude, nesta reta final, a viver, com Maria, a obediência total à Sua Vontade. Amém!
Oremos:
Infundi, Senhor, como Vos pedimos, a vossa graça em nossas almas, para que nós que, conhecemos pelo anúncio do Anjo a Encarnação de Jesus, vosso Filho e Senhor nosso, cheguemos, pelos méritos de Sua Paixão e Morte de Cruz, à Glória da Ressurreição! Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Boa Celebração para todos (as)!
Pe. Ezaques Tavares
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