Dando continuidade á nossa Caminhada rumo ao Natal, celebramos, hoje, o Segundo Domingo do Advento e, a Palavra de Deus que nos está reservada, continua nos chamando a atenção para a necessidade de estarmos atentos e preparados para a chegada desse Senhor em nossas vidas.
Na Primeira Leitura (Br 5, 1-9) vemos o Profeta anunciando maravilhas que o Senhor está prestes a realizar em favor do povo. Para compreendermos a força de suas palavras é importante que tenhamos clareza do período histórico e das condições experimentadas pelo povo nesse momento. Estamos no período do Exílio na Babilônia e, todos sabemos que tal período foi de grande horror - talvez, o pior, da História da Salvação. Digo isso porque o Exílio na babilônia se dá depois de o povo ter conquistado prestígio, poder, força, grandeza. Não mantendo a Fidelidade ao Projeto de Deus, foi, passo a passo, perdendo tudo que outrora havia conquistado. Sem se dar conta, da mesma forma que subiu, o povo desceu e foi, mais uma vez, parar no fundo do poço: escravos na Babilônia! O Exílio, por sua vez, foi um período de grandes questionamentos (587 a.C. / 537 a.C.): De quem é a culpa de nossa desgraça? Será que Deus se esqueceu de nós? Se Ele continua Deus, por que não nos salva? Por que não nos poupou dessa trágica situação? Entre essas e tantas outras questões, o Povo vai tomando consciência que o grande culpado pelas duas desventuras, é ele mesmo. Essa tomada de consciência é extremamente importante para que o processo de reverta pois, ter consciência das causas de nossos problemas, já é o primeiro e mais importante passo para solucioná-los.
Reconhecendo-se culpado, o Povo estará pronto para voltar-se para Deus e, o melhor, descobrir que, na verdade, Deus nunca esteve contra mas, ao contrário, o Povo é que se voltou contra Ele (Deus). Voltar-se para Deus faz o Povo perceber que Dele (Deus) só pode sair coisas boas estão descritas pelo Profeta Baruc na leitura de hoje. O Profeta convida Jerusalém a se despir de seus trajes de luto e aflição para se vestir com a glória de Deus; é preciso colocar na cabeça o diadema real... em outras palavras: Deus tem e quer o melhor para todo o seu povo. O mundo precisa enxergar as maravilhas que Deus realiza em favor dos seus mas, para tanto, é importante e urgente que o próprio povo reconheça o seu erro e pecado, tendo se afastado Dele (Deus). Jerusalém é convidada a se levantar e se colocar no alto para contemplar os filhos e filhas que, um dia foram levados como escravos (Exílio) voltarem carregados ao colo: caminharão por caminhos feitos por Deus, com sombra, sem montanhas, sem vales, sem asperezas ou caminhos tortos pois Deus fará planos e fáceis tais caminhos. Deus tem, sempre, o melhor para nós e, se em algum momento, nós não percebemos tal verdade, o problema está em nós mesmos que, no lugar de estarmos voltados para Ele, estamos voltados para o seu Adversário, isto é, o Diabo.
Ora, a profecia de Baruc não se realizou no Primeiro Testamento pois, de acordo com a Palavra de Deus, essa só se realiza quando o próprio Deus resolveu nos visitar. O Evangelho de hoje (Lc 3, 1-6) nos apresenta essa verdade: situando a pregação do Batista no tempo, na história, o evangelista o coloca como a voz que grita no deserto: preparai os caminhos do Senhor e endireitai as suas veredas. A sua pregação é o convite para que se realize a profecia de Baruc (Primeira Leitura): montanhas rebaixadas, vales aterrados, asperezas que são alisadas e caminhos tortos que devem ser acertados. Isso é nossa tarefa nesse Advento se quisermos que o Senhor nasça em nossas vidas. Esse trabalho não é fácil pois exige, além da boa vontade, determinação e coragem!
Boa Celebração para todos (as)!
Pe. Ezaques Tavares
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