Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!
Com alegria nos reunimos neste domingo para celebrar a nossa fé neste Deus que, no Seu Infinito Amor, se mostra Misericordioso para com TODOS, sem discriminar ninguém, oferecendo a cada um o que cada um precisa para viver em abundância.
Durante os domingos do Tempo Comum - só relembrando - o grande objetivo da Igreja é nos tornar conscientes do grande convite que Deus nos faz para "sermos santos e santas como Ele é Santo!" Vamos, na medida em que caminhamos neste período e avançando na escuta, meditação, compreensão e prática da Palavra percebendo que a grande "sacada" que devemos ter é a de que tal Santidade não está presa à realização de grandes obras mas, sim, na adequação de noss vida à vontade do Pai que nos criou. Assim, cada um (a) pode e deve buscar a santidade na medida em que consegue viver a sua vida comum (daí a designação deste tempo litúrgico: Tempo Comum) dentro daquilo que é o projeto de Deus para si mesmo.
Neste XXV Domingo do Tempo Comum, a Palavra nos faz refletir sobre uma questão de fundamental importância nesta busca de Santidade, de adequação da nossa vida à Vida de Deus. Somos convidados a entender que o grande passo que devemos dar rumo à nossa conversão não está, necessariamente, ligado às ações concretas (importantíssimas também mas, é um passo posterior!) mas, sim, a conversão nasce a partir do momento que começamos a mudar o nosso "PENSAMENTO" e, sobretudo, o nosso pensamento sobre Deus. Perceber e aceitar Deus tal qual Ele é e, tal qual Ele se apresenta a nós, sem querer mudá-Lo para se adequar aos nossos caprichos, é a grande mudança que desencadeará toda uma mudança concreta em nossas vidas.
Assim, temos a Primeira Leitura de hoje (Is 55, 6-9) aonde o Profeta nos alerta para esta questão citada anteriormente. Para o Povo que está prestes a voltar do Exílio na Babilônia mas, que traz consigo a ideia de que quando isot ocorresse Deus se "VINGARIA" dos Babilônios, o Profeta diz: "Não será ssim!" Deus não se vingará porque Deus não é Vingativo! Ao povo, o Profeta pede que "busque o Senhor enquanto pode ser achado; invoque-O enquanto Ele está perto!" Buscar e invocar o Senhor deve ser o início de um abandono do caminho mau e de impiedade pois Deus é "GENEROSO NO PERDÃO"! Para o Profeta, o povo deve entender que, entre Deus e ele há uma grande distância e, que a superação desta distância deve ser buscada pelo ser humano pois é este quem deve se esforçar por buscar Deus, por se aproximar Dele e, não querer que Deus se adeque ao modo de viver injusto e pecaminoso no qual está inserido. O ser humano deve buscar diminuir a distância entre ele e Deus se adequando, se adaptando à vontade de Deus (aliás, isto é a Santidade, lembra-se?)
Aqui, percebemos que o texto do Profeta Isaías nos prepara para entender, melhor, a "grande discrepância" apresentada pela parábola do Evangelho de hoje (Mt 20, 1-16a). Quem não aceita mudar seus conceitos, suas ideias para entender Deus como Ele quer ser entendido terá grandes dificuldades para aceitar a grande lição deste texto apresentado hoje. vejamos:
Jesus está tentando explicar o que significa o "Reino dos Céus" pois, depois de sua saída deste mundo serão os discípulos os responsáveis por levar a bom termo a obra iniciada por Ele. Daí, se os discípulos não compreenderem o que tal Reino é, poderão fazer tudo "ERRADO". Para facilitar a compreensão, Jesus conta uma Parábola conhecida como "Parábola dos Trabalhadores da Vinha".
Diz-se que na época da colheita da uva (fruto muito frágil e que necessitava ser colhido rapidamente para não se perder), os donos de vinhas ficavam "enlouquecidos" na busca de trabalhadores para suas colheitas. Partindo deste dado da realidade, Jesus inicia a sua história afirmando que o Reino dos Céus é como a história de um destes patrões que, à época da colheita sai para contratar operários. Ele sai pela primeira vez ainda "de MADRUGADA" e, já naquela hora, encontra-se com um grupo e, COMBINANDO com todos UMA MOEDA DE PRATA / DIA, os manda para sua vinha. Tudo normal até aqui e, nada de supresas ou questionamentos. Mas, a história segue ... Como há muito trabalho para ser feito, o patrão repete a mesma ação (ir à Praça) às 09:00h e, se encontrando com mais um grupo, o manda para sua vinha. Aqui, uma NOVIDADE pois, o patrão não COMBINA um preço específico mas afirma que pagará O QUE FOR JUSTO! Nisto, surge, quase que espontaneamente em cada um de nós, a qustão: "Mas, o que ser JUSTO para este patrão?" O trabalho que é grande, exige do patrão que saia outras vezes (ao meio-dia e às três horas da tarde) e, encontrando-se com outros grupos de operários, os mandou para sua vinha. Tanto trabalho para ser feito, levou o patrão, às cinco da tarde (lembramos, aqui, que o dia de trabalho terminava às seis da tarde) e, encontrando outros trabalhadores "à toa", pergunta: "Por que vocês etão aí o dia inteiro desocupados?" A resposta vem de imediato: "Ninguém nos CONTRATOU!" Que absurdo! Tanto trabalho para ser feito e, em contrapartida, tantos operários desocupados (é uma contradição, não acha?) Por isso o patrão os manda para sua vinha apesar da hora avançada. Neste ponto, a parábola desperta grande interesse pois, estamos às portas da compreensão do que significa "JUSTIÇA" para este patrão. Terminado o dia, ordena ao adiministrador: "Chama os trabalhadores e paga UMA DIÁRIA PARA TODOS, começando pelos últimos até os primeiros!" Esta atitude provoca reações diversas em cada um de nós e, penso, que a maioria não concorda com esta forma de agir do patrão pois para nós, o JUSTO é que aqueles que trabalharam mais (desde a madrugada) recebam, por sua vez, também mais. Igualar quem trabalhou 12 horas a quem, talvez, sequer trabalhou (uam vez que os últimos contratados, o foram às cinco da tarde e, o dia terminava às seis), é uma INJUSTIÇA! Imaginemos, portanto, o estardalhaço criado na fila quando os últimos começaram a receber o valor combinado com aqueles que estavam desde o início do dia... Penso que ficaram imaginando em seus corações: "Quando chegar a nossa hora, nós vamos arrebentar pois receberemos muito mais!" Para a decepção destes, ao chegar a sua hora, receberam o mesmo valor que fora combinado. reclamam, resmungam, gritam, brigam ... pois não acham JUSTO a atitude do patrão. Percebamos que a raiva dos primeiros não está, necessariamente, aprisionada ao pagamento em si mas àquilo que tal pagamento simbolizava: a visão do patrão que IGUALAVA TODOS! O problema, aqui, foi a IGUALDADE e, portanto, para os trabalhadores a injustiça estava na percepção do patrão de que TODOS SÃO IGUAIS pois para os primeiros, eles eram melhores e não podiam ser igualados aos outros. Talvez pensassem em seus corações: "Quem mandou não estarem lá de madrugada quando fomos contratados?" ou: "O que estavam fazendo e por que não acordaram de madrugada?" e: "Talvez passaram a noite na farra e não acordaram pois são uns espertalhões, uns folgados e, sei lá, mais o quê!" Os primeiros são incapazes de pensar coisas boas sobre os seus companheiros (não estavam de madrugada na Praça porque passaram a noite cuidando de alguém que estava precisando, por exemplo!) Para os primeiros, importante é somente o calor que tiveram que suportar o dia inteiro. Eles são incapazes de pensar que a contratação, logo de madrugada, foi uma GRAÇA pois passaram o dia trabalhando,- é verdade! - poré, em contrapartida, ficaram despreocupados naquele dia pois sabiam, desde cedo que o seu dia estava garantido. Pensemos na aflição dos últimos ao perceberem o dia que terminava e "ninguém os contratou!" Quanta aflição nestes corações ao começarem a entender que, naquele dia, não teriam condições de oferecer o mínimo necessário para a sobrevivência de suas famílias, por exemplo. É AQUI QUE SE ENCONTRA A GRANDE NOVIDADE DA PARÁBOLA: O PATRÃO, QUE REPRESENTA O PAI DO CÉU, É JUSTO NÃO PORQUE, COMO NÓS, OFERECE A CADA UM O QUE CADA UM FEZ POR MERECER MAS POR OFERECER O QUE CADA UM NECESSITA PARA VIVER! Poderíamos dizer que para os primeiros, o patrão (DEUS) foi justo à moda humana pois pagou aquilo que havia combinado e, vamos combinar, COMBINADO NÃO É INJUSTO pois as partes aceitaram e, para com os últimos, o patrão (DEUS) foi JUSTO à moda DIVINA (ofereceu o que o filho precisava para viver, sem se importar com merecimentos).
Esta história é uma das páginas mais ricas deste Evangelho (no meu entendimento) pois nos coloca cara a cara com AQUILO que, de fato, DEUS É! O fim da parábola nos deixa algumas perguntas: "Como será que ficaram os empregados da primeira hora? Será que voltaram no dia seguinte para o trabalho logo cedo? Desistiram de trabalhar para "AQUELE PATRÃO INJUSTO"? A resposta que dermos a tais questões poderá representar a ideia que trazemos conosco à respeito de Deus. O que você pensa disso?
OREMOS:
Ó Deus de Amor e Bondade, louvado sois porque pela Sua Palavra nos levas a compreender quem sois de fato. Derramai sobre nós o Vosso Espírito e, que Sua Unção nos leve a Vos aceitar como tal e qual a Vossa Palavra nos apresenta. Isto Vos pedimos pelos merecimentos de Jesus, Teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo! Amém!
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