quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

III Domingo da Quaresma: "A Salvação é DOM DE DEUS e CONQUISTA E COMPROMISSO HUMANO!" - 28 de Fevereiro de 2016

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade à nossa Caminhada Quaresmal, chegamos à metade dos Domingos: o Terceiro!  Nesse ponto de nosso Trajeto Penitencial, a Palavra nos interpela sobre os nossos compromissos para que a Salvação de Deus possa chegar a todos os locais e atingir a todos os irmãos que dela estejam necessitando. Se colocar à disposição do Senhor que convoca, se abrindo à Graça que Ele oferece nos fará protagonistas de uma História de Libertação e Salvação daqueles que sofrem a opressão por parte dos grandes do mundo.   Nesse Caminho de Liberdade, a vida não é fácil e tragédias podem e irão ocorrer mas é preciso compreender que elas não procedem da Vontade de Deus mas, ao contrário, ela ocorrem por conta do fechamento da Humanidade à Sua Santa Vontade!

Assim, na Primeira Leitura (Ex 3, 1-8a.13-15) temos o relato da Vocação de Moisés e, como quase todos os relatos de vocacionais na Bíblia, segue um esquema: Deus chama, o homem responde, Deus apresenta a missão, o homem objeta e Deus garante a vitória com Sua Presença.

Esse capítulo 3 do Êxodo é extremamente importante para a nossa compreensão de Deus que se revela na Palavra.  É nesse capítulo que vemos o Povo Hebreu clamar aos céus por não aguentar mais o Sistema Opressor e Escravocrata Egípcio e, tal atitude toca o Coração de Deus que, Compadecido resolve descer para Libertar!   É após esses fatos que o nosso texto se situa!  Vejamos:

Moisés que fugiu do Egito após ter sido descoberto no episódio da morte de um Egípcio por conta dos maus tratos que ele viu um sofrer, se refugia em Madiã e acaba se casando com uma das filhas de Jetro, Sacerdote daquela região.   Por lá fica durante muito tempo e, até que chega o momento de descobrir o sentido de sua vida, a sua Vocação, o motivo de ter sido "salvo das águas" no tempo em que o Faraó ordenou a matança de todos os meninos recém-nascidos dos hebreus!   Por que esse menino foi preservado?  O que ele seria?  Qual a sua importância no Projeto de Deus?   Chegou a hora das respostas!

Levando o rebanho de seu sogro, num belo dia, um pouco mais adiante do que o costume, entra no Deserto (espaço de manifestação de Deus) e chega à Montanha de Deus = Horeb.  Aqui, Moisés observa um fenômeno curioso: sarça que queima, arde mas não se consome!  Ao se aproximar para ver o que estava acontecendo, Deus o agarra de vez!  Aqui, Moisés ouve o Senhor falar do meio da sarça pedindo para não se aproximar sem retirar as sandálias pois o local era Santo.   

Feito isso, Deus se apresenta: Eu Sou o Deus de seus pais, o Deus de Abraão (da Promessa, da Aliança do Domingo Passado), o Deus de Isaac e o Deus de Jacó!  Ele é o Deus dos Patriarcas aos quais havia feito uma Promessa e com os quais havia firmado uma Aliança e prometera FIDELIDADE (passou no meio dos animais esquartejados).  Agora, está disposto a mostrar tal Fidelidade!

Aqui, Deus revela os motivos que O levaram a se apresentar a Moisés: Viu a AFLIÇÃO DO SEU POVO QUE ESTÁ NO EGITO (Escravidão = Opressão) e OUVIU O SEU CLAMOR (Grito de Dor por conta da Opressão Vivida) por causa da dureza de seus opressores!   Deus conhece a aflição e a dor do Seu Povo e por isso RESOLVEU DESCER PARA LIBERTAR e CONDUZIR O POVO PARA UMA TERRA ESPAÇOSA, UMA TERRA ONDE CORRE LEITE E MEL (Promessa feita aos Patriarcas, sobretudo a Abraão).

Nesse ponto, temos a objeção de Moisés: Se me perguntarem qual o Seu Nome, o que direi?  A resposta revela o Ser de Deus: Eu Sou Aquele que Sou!  O Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó!   Assim, Ele deseja ser lembrado de geração em geração: Deus é Aquele que é, o que faz Ser, o que se revela na medida em que as pessoas vão percebendo o que Ele é capaz de FAZER para o BEM DE CADA UM!   Suas AÇÕES NA HISTÓRIA DO POVO levarão o Povo a saber quem Ele é!   Daí, a percepção do Povo sobre Deus: Ele é o Libertador, o Salvador, o Resgatador pois foi isso que Ele fez em nosso favor!

Toda essa Leitura nos faz perceber como Deus é Fiel e Bom para com o Seu Povo, sobretudo os que estão sofrendo sob o peso da opressão do mundo dos espertalhões.   Ele não pode ser confundido como um "Deus que castiga" pois castigo não é nem nunca foi a sua marca: Sua Marca é o Amor Misericordioso e o Seu Desejo é SALVAR!

Assim, percebemos a força do Texto Evangélico de hoje (Lc 13, 1-9) quando Jesus (Encarnação de Javé, o Deus Libertador da Primeira Leitura) se confronta com aqueles que vieram trazer notícias sobre uma tragédia promovida por Pilatos e, diante do fato, havia a percepção de que tais pessoas que tiveram o seu sangue misturado ao sangue dos animais ofertados em sacrifício no Templo receberam um "castigo divino" e, receberam tal "castigo" porque eram más pois se fossem boas, Deus não deixaria que tamanha maldade se abatesse sobre elas.   Jesus, ouvindo a história, chama a atenção para o verdadeiro Ser de Deus: Deus é Amor, Bondade, Compaixão e não CASTIGA NINGUÉM!   Mas, por que isso ocorreu? As tragédias são fruto do fechamento do ser humano à Vontade Divina e devem servir de ALERTA, de AVISO, de CONVITE À CONVERSÃO para que não experimentemos a mesma má sorte!   A Conversão deve ser urgente para que novas tragédias não se repitam como a do Templo e a da Coluna citada por Jesus!

Para provar que Deus não castiga mas espera que os Seus se convertam e produzam frutos de salvação, se comprometendo com a Sua Causa, Jesus conta a Parábola da Figueira: o dono da Vinha é Deus e a Figueira é o Povo de Israel mas, pode ser, também, qualquer um de nós.   O Agricultor é Jesus que deve cuidar para que a Figueira produza frutos pois ela pode produzir!   Durante três anos (tempo de Sua Missão) Jesus cuidou mas a Figueira não produziu.   Por isso, o dono da terra (Javé = Deus) quer que seja arrancada mas, o Agricultor Jesus (manifestação do Amor Misericordioso do Pai) intercede e, promete cuidar mais, dar mais atenção, adubar, aguar  ...   fazer o impossível e, caso no próximo ano ainda continue sem frutos, o dono poderá arrancá-la!   Daí, a pergunta para nós: estamos produzindo os frutos que o Senhor espera de nós?  Somos sinais e Libertação daqueles que sofrem todo e qualquer tipo de exclusão, opressão nesse mundo? Colaboramos com o Senhor na construção de um Mundo mais justo, solidário e pacífico?

Não podemos repetir a História de Infidelidade do Povo do Primeiro Testamento que após ter recebido tanto de Deus, murmurou, blasfemou, abandonou a Aliança com o Senhor.   São Paulo na Segunda Leitura de hoje (I Cor 10, 1-6.10-12) recorda a História Pregressa do Povo para que a Comunidade Cristã não recaia nos mesmos erros e, por conta disso, sofra as mesmas consequências!

Que Deus nos ajude a compreender cada vez mais a nossa Vocação e, dessa forma, colaboremos na Salvação de nossos irmãos e irmãs e da nossa própria!   Assim seja!

Oremos:

Ó Deus, Fonte de toda Misericórdia e de toda Bondade, Vós nos indicastes o jejum, a esmola e a oração como remédio contra o pecado.   Acolhei esta confissão da nossa fraqueza para que, humilhados pela consciência de nossas faltas, sejamos confortados pela vossa Misericórdia.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo!   Amém!

Boa Celebração para todos!

Pe. Ezaques Tavares


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