quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Sexta-feira da Paixão do Senhor: "A Páscoa da CRUZ!" - 25 de Março de 2016

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade ao Tríduo Pascal, celebramos, hoje, o segundo dia ou segundo momento e, por conta disso, complementando a reflexão iniciada ontem (Quinta-feira Santa) quando compreendemos a Eucaristia como Ceia ou Banquete em que a Comunidade se reúne para COMER E BEBER o CORPO E SANGUE DO SENHOR, seguimos com a segunda parte de nossa reflexão e, compreenderemos que a Eucaristia é SACRIFÍCIO DE UMA VIDA DOADA POR AMOR, É CRUZ QUE SE CARREGA CADA DIA POR AMOR A DEUS E AOS IRMÃOS.   Assim, podemos afirmar que a EUCARISTIA É CEIA ONDE SE COME E BEBE O CORPO E SANGUE DO SENHOR PARA QUE POSSAMOS TER FORÇA E CONDIÇÕES PARA SUPORTAR TODOS OS CONTRATEMPOS E ADVERSIDADES QUE SE ABATERÃO SOBRE NÓS por conta de nossa FIDELIDADE AO PROJETO DE DEUS.   Sinal de nossa adesão e solidariedade para com o Senhor que sofre, hoje, é o segundo e último dia do ano em que a Igreja prescreve o Jejum para todos maiores de 16 anos e menores de 70 (desde que estejam em condições para tanto)!

Hoje, a Igreja não celebra nenhum Sacramento mas se reúne para vivenciar o momento mais triste e dolorido de todo o Ano Litúrgico: Dia da Entrega e da Morte de nosso Senhor Jesus Cristo para que cada um de nós tivéssemos a nossa vida preservada de todo mal e salva plenamente!   A Adoração da Cruz revela o nosso agradecimento e o nosso reconhecimento de que ali, na CRUZ está o nosso Salvador que por Amor se ENTREGOU À MORTE E MORTE DE CRUZ!   Toda a Palavra de Deus dessa Celebração traz à tona essas ideias: Amor, Entrega, Sacrifício, Cruz, Morte!   Vejamos:

A Primeira Leitura (Is 52, 13 - 53, 12) é o Quarto ou Último Canto do Servo de Javé ou Servo Sofredor!   Nele nos é dado a possibilidade de compreender a contradição presente na relação Mundo X Deus e, automaticamente, compreendemos que as Estratégias de um para se estabelecer com suas "verdades" (Mundo) não possui NADA (mas, ABSOLUTAMENTE NADA) EM COMUM com as Estratégias do Outro (Deus).   Assim, a Leitura nos leva a tomar posição e compreender, o quanto antes que a opção por Deus trará as mesmas consequências que o SERVO teve que enfrentar.   O Servo nos é apresentado em sua máxima HUMILHAÇÃO e, por conta disso todos pensam que Ele seja um ABANDONADO POR DEUS mas, de acordo com a Leitura, o Profeta tem certeza que o Servo vive plenamente a Vontade de Deus e, por isso é capaz de suportá-lo até o fim pois desse SUPORTAR ATÉ O FIM dependerá a SALVAÇÃO DA HUMANIDADE!

Logo de cara, a Leitura nos apresenta o servo como alguém que será bem sucedido e elevado ao mais alto grau apesar de sua desfiguração = não parecia ser humano.   Sua capacidade de suportar o sofrimento será causa de SILÊNCIO DO MUNDO.   Sua situação lhe roubou a beleza e, ninguém se deixou atrair por sua aparência desagradável.   Sua situação de dor (aparentemente derrotado) o fez ser contado entre os "últimos"; suas dores e sofrimentos impede o povo de olhá-Lo de frente!

Tudo isso, diz o Profeta Isaías se deu por conta de nossos pecados; Ele carregou sobre seus ombros as nossas enfermidades, sofrendo Nele o que deveria ser nosso = e, nós, ignorantes, pensávamos que Ele fosse um "CASTIGADO POR DEUS".  No entanto, todo o seu sofrimento foi o preço de nossa Paz e de nossa Cura!   O pecado que nos perturbou a todos e nos fez errar pelo mundo sem encontrar o Caminho de Volta para a Casa do Pai é Nele derrotado de vez e, como "Ovelha muda diante dos tosquiadores, não abriu a boca e se entregou por nós"!   Apesar da Vida Virtuosa foi contado entre os maus e deram-Lhe túmulo entre os ímpios: essa conduta resgatará a descendência dos filhos e filhas de Deus e, tornará justos os homens que, vivendo no pecado, se tronaram injustos aos olhos do Senhor!

A Segunda Leitura (Hb 4, 14-16; 5, 7-9) nos apresenta o Senhor Jesus como sendo esse Servo Sofredor da Primeira Leitura que, ao assumir a nossa condição humana em tudo, com exceção do pecado, se tornou o Sumo-Sacerdote por excelência e, após todo o sofrimento experimentado está à Direita do Pai intercedendo por nós: Ele sabe se compadecer de nossas fraquezas pois Ele experimentou a nossa condição humana e descobriu, na prática, toda a dificuldade de Ser Fiel num Mundo que é oposto à Vontade Divina.   Isso deverá ser causa de alegria constante e plena confiança por parte de todos nós: não tenhamos medo de nos aproximar do TRONO DA GRAÇA para conseguirmos a MISERICÓRDIA de que necessitamos!

Por fim, a longa narrativa da Paixão do Senhor segundo João (Jo 18, 1 - 19, 42) nos apresenta todo o Processo iníquo de Condenação do Servo Fiel = Jesus, o Cristo, por parte daqueles que não queriam que o Amor e a Misericórdia prevalecessem em nossas relações.  Aqui, a Cruz é o momento da glória do Filho e da derrota definitiva das forças do mal, do diabo.   Nesse relato, alguns pontos são importantes para nós:

a) Jesus nos oferece a Vida Nova: a imagem do Jardim aonde tudo começa e tudo termina nos recorda o Édem de Gênesis. Lá o ser humano não foi fiel à Vontade do Criador mas, ao contrário, Jesus, com sua fidelidade até o ato extremo de entrega da Vida nos possibilitará o retorno;

b) A HORA de Jesus: ao contrário do que pensavam, é na CRUZ que Jesus revela a Sua Glória e, portanto, ali, naquele instrumento de morte e derrota, de abandono como muitos pensavam, o Senhor Jesus revela a Sua Hora, o último Sinal desse Evangelho em que Jesus conclui a Sua Obra nesse Mundo em favor de todos nós;

c) Jesus se revela como ÚNICO e VERDADEIRO REI: porém, de um Reino que não é deste mundo (dirá Ele a Pilatos). Seu Reinado se baseia na VERDADE DE DEUS PARA OS HOMENS e o cumprimento da Vontade Divina, até o fim, Lhe dá esse direito;

d) Jesus é o CORDEIRO DE DEUS: sua morte coincide com o momento em que os cordeiros da Páscoa Judaica eram imolados no Templo e, dessa forma, Jesus se revela como o Verdadeiro Cordeiro que, com Sua Morte, encerrará o reinado do diabo e do pecado no Mundo.

Que a Celebração da Paixão do Senhor e Adoração da Santa Cruz nos leve à compreensão do Infinito Amor de Deus por cada um de nós e, dessa forma, possamos, também nós, nos oferecermos uns aos outros pela Salvação do Mundo!   Assim seja!

Oremos:

Ó Deus, pela Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo destruístes a morte que o primeiro pecado transmitiu a todos. Concedei que nos tornemos semelhantes ao vosso Filho e, assim como trouxemos pela natureza a imagem do homem terreno, possamos trazer pela graça a imagem do homem novo.
Por Cristo, nosso Senhor!   Amém!

Boa Celebração para todos!

Pe. Ezaques Tavares

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